A etapa 8 da
Volta a Itália foi rica em histórias e reviravoltas, mas nenhuma tão simbólica como o momento em que
Diego Ulissi, aos 35 anos, assumiu pela primeira vez a liderança da classificação geral, vestindo a tão desejada Camisola Rosa. No final de uma jornada marcada pelo ataque de Luke Plapp, foi a
XDS Astana Team a dominar as contas da geral, colocando Ulissi e Lorenzo Fortunato nos dois primeiros lugares.
Durante grande parte da etapa, parecia que seria Fortunato a herdar a liderança, mas com a fuga a perder consistência nos quilómetros finais, emergiu a experiência e resistência de Ulissi, oito vezes vencedor de etapas na Corsa Rosa, que soube gerir o esforço e capitalizar o tempo ganho para se tornar líder da geral.
“Foi uma emoção verdadeiramente imensa. Quando me disseram, senti uma alegria incrível”, confessou Ulissi, visivelmente comovido. “Quando vi a Camisola Rosa antes de a vestir, lembrei-me de quando em criança via o Giro pela televisão. Já vivi grandes emoções ao vencer etapas, mas isto é uma sensação indescritível. É um sonho que tenho desde que comecei a pedalar aos seis anos.”
Ulissi destacou que a estratégia da equipa passava pela sua presença na frente de corrida e por uma possível tentativa de vitória na etapa. “A equipa queria que eu atacasse, que estivesse na fuga. Tentei vencer, mas o Plapp estava num nível excepcional hoje. Dei tudo o que tinha, ultrapassei o cansaço e no fim, consegui conquistar a Rosa. Foi incrível.”
Com a etapa 9, inspirada na Strade Bianche, no horizonte imediato, o italiano reconhece que manter a liderança será um enorme desafio. O terreno acidentado e a gravilha aumentam o risco para todos os homens da geral.
“O objetivo agora é tentar segurar a camisola, mas sei que será muito difícil. Quando se tem a Rosa sobre os ombros, tem de se dar tudo. É isso que vou fazer. O que tiver de acontecer, acontecerá.”