"É difícil quando todos esperam que ganhes onde quer que comeces" Wout van Aert mostra compaixão com as dificuldades de Pogacar

Ciclismo
sexta-feira, 12 setembro 2025 a 2:00
Van Aert
O esgotamento não poupa sequer os maiores nomes do ciclismo. No mês passado, Tadej Pogacar falou abertamente sobre a pressão constante para brilhar em todas as corridas, revelando que essa exigência pesou na decisão de não alinhar na Volta a Espanha e de tirar um mês inteiro sem competir. Esta semana, no Canadá, o esloveno reencontra-se com Wout van Aert nos GPs de Quebeque e Montreal.
"Ainda foi um pouco chocante para toda a gente", confessou Van Aert ao Sporza, um mês e meio depois do anúncio. "Sim, o burnout também me pode acontecer a mim".

Pressão constante no pelotão

Num ambiente de stress permanente como é o pelotão profissional, a mentalidade dos ciclistas é posta à prova diariamente. "Treinamos muito e, por vezes, os ciclistas ficam demasiado obcecados com o treino. Toda a gente quer mais e mais e melhor. Ficamos presos nesse ciclo, ansiando pelas férias em outubro, e depois em dezembro começamos tudo de novo", explicou Pogacar, justificando a necessidade de carregar no botão de pausa.
Van Aert, desde o Canadá, identifica-se com a perspetiva do esloveno. "Compreendo o que Pogacar está a dizer. Ser ciclista também significa ter muitas expectativas. Compreendo como é difícil ter de estar sempre a dar espetáculo", admitiu o belga.
Para Van Aert, as palavras de Pogacar são um aviso para o pelotão. "Não devemos subestimar o quão difícil é quando todos esperam que ganhemos onde quer que comecemos".

Experiência própria de Van Aert

O belga recorda que viveu algo semelhante nos primeiros anos de carreira, quando a pressão para vencer na primavera, conquistar etapas na Volta a França e ser a grande estrela da Visma, ao lado de Primoz Roglic e mais tarde Jonas Vingegaard, se tornou intensa. "Essa posição não é para todos", sublinhou.
Algumas quedas e a ascensão do seu grande rival Mathieu van der Poel ajudaram a aliviar as expectativas. "Voltei ao que queria. Não se deve deixar que ninguém nos convença a fazer nada. As expectativas externas não são a motivação correta. Eu tento manter-me afastado disso".

O papel das redes sociais

A francesa Pauline Ferrand-Prevot, vencedora da Volta a França Feminina, aconselhou recentemente os ciclistas a afastarem-se das redes sociais para evitar a toxicidade.
"Pode ser um bom conselho", concordou Van Aert. "Por outro lado, é possível utilizar as redes sociais e não procurar reações negativas. Depois da minha vitória em Paris, gostei muito de ver vídeos e fotografias de apoiantes que vi em Montmartre. Provavelmente passei meio dia a fazer isso. Por isso, não, nem tudo é mau".
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