"É uma subida muito dura" Alberto Contador acredita que não haverá descanso na véspera do Angliru

Depois do dia explosivo em Bilbao e na véspera de duas jornadas decisivas nas montanhas asturianas, a 12ª etapa da Volta a Espanha 2025 poderá, à primeira vista, parecer terreno de transição. No entanto, como sublinha Alberto Contador, a dureza cantábrica e a presença da Collada de Brenes a 23 quilómetros da meta podem transformar a jornada num novo palco de ataques entre os candidatos à geral.

O percurso liga Laredo a Los Corrales de Buelna, num total de 171 quilómetros recheados de sobe e desce constante, sem grandes momentos de descanso. O início promete intensidade, com a habitual batalha para formar a fuga do dia. “Vai ser um daqueles dias de muita luta, de ataques e contra-ataques”, analisou Contador para a Eurosport.

A grande dificuldade da jornada surge já perto do fim: a Collada de Brenes, uma subida de 7 km com pendente média de 8%, mas com rampas que atingem os 16%. “Estamos a falar de uma subida dura, sempre entre os 7 e 9 por cento. Pode não só decidir a vitória da etapa, como também mexer na classificação geral”, sublinhou Contador.

O topo fica a 23 km da meta e abre dois cenários: um ataque dos trepadores mais ousados, capazes de lançar ataques de longe, ou uma gestão mais calculista, com a luta adiada para o Angliru e para as etapas que se seguem.

Se a subida promete ser seletiva, a descida pode ser ainda mais perigosa. O traçado técnico, somado à ameaça de chuva, poderá criar cortes inesperados. “É uma descida muito complicada. Não é muito íngreme, mas é bastante técnica e com chuva pode ser decisiva. Um ciclista corajoso pode fazer estragos aqui”, alertou o antigo vencedor da Vuelta.

Com a corrida já marcada pela tensão acumulada e pela sucessão de dias exigentes, a fadiga começa a pesar nas pernas do pelotão. Para Contador, esse fator pode ser chave: “É a altura em que se nota a acumulação do esforço. Se alguém tiver pernas, pode aproveitar e causar estragos”.