"Ele é capaz de produzir essa potência enquanto..." Treinador de Giulio Pellizzari compara o italiano a Tadej Pogacar

Ciclismo
sábado, 20 setembro 2025 a 14:30
GiulioPellizzari (2)
O reforço financeiro da Red Bull transformou a BORA - hansgrohe numa das superpotências do pelotão, capaz de contratar Primoz Roglic e Remco Evenepoel, ao mesmo tempo que consolidou um bloco de montanha temível com Jai Hindley, Daniel Martínez e Aleksandr Vlasov. Mas é no jovem Giulio Pellizzari que a equipa alemã deposita muitas das esperanças para o futuro imediato.
Aos 21 anos, o italiano impressionou em 2025 com duas prestações consistentes em Grandes Voltas: 6º lugar na Volta a Itália e novamente 6º na Volta a Espanha, onde somou ainda uma vitória numa etapa de montanha. A sua evolução é acompanhada de perto por Dan Lorang, treinador da equipa: “O Pellizzari treina sempre a 100 por cento. Mas ele é um ciclista, quer competir e essa é a sua grande paixão. Ganhar corridas, ser bem-sucedido. E está a fazer tudo o que é necessário para o conseguir, quer se trate de nutrição, treino, recuperação, etc. Ele já é muito profissional, apesar da sua tenra idade.”

De domestique a líder revelação

Contratado à Bardiani no último inverno, Pellizzari partiu para a Volta a Itália como gregário, mas o abandono de Roglic abriu-lhe espaço para assumir protagonismo. Com liberdade na última semana, foi subindo posições até fechar em 6º da geral. Na Volta a Espanha, confirmou que não se tratava de um acaso: voltou a ser sexto, conquistou uma etapa e apenas perdeu o top 5 e a camisola branca no derradeiro dia de montanha.
“Foi esta a nossa abordagem, respeitando a sua idade e o tempo de preparação”, explicou Lorang. “Antes de começar a treinar para a Vuelta, fizemos análises ao sangue e a todos os parâmetros para ver como tinha recuperado da Volta a Itália. Quando vimos que estava pronto, avançámos com o plano. Ele confirmou que tinha capacidade para correr duas Grandes Voltas ao mais alto nível no mesmo ano.”
Giulio Pellizzari durante a Vuelta de 2025. 
Giulio Pellizzari durante a Vuelta de 2025. 

Regularidade, potência e comparação com Pogacar

Para além da consistência nos resultados, Pellizzari destaca-se pelo estilo de pedalar: raramente o faz em pé, mantendo uma cadência sentada mas muito potente, o que lhe permite poupar energias. “Ser capaz de produzir essa potência sentado é de facto um ponto forte”, sublinhou Lorang. Essa característica tem levado a inevitáveis comparações com Tadej Pogacar.
Segundo o treinador, os números revelam diferenças subtis entre Volta a Itália e Volta a Espanha: “Se olharmos apenas para o esforço total, os dados são semelhantes. Mas na Vuelta os valores máximos foram mais elevados. Ele estava certamente mais fresco na Volta a Itália, sentia-se cheio de energia. Já na Volta a Espanha, apesar de ter produzido mais potência, não teve a mesma frescura primaveril.”

Olhar para 2026: Volta a Itália no horizonte

Os planos para 2026 passam, novamente, pela Volta a Itália. A equipa ainda não definiu se Pellizzari terá papel de líder ou de apoio, tendo em conta a profundidade do plantel. Mas o objetivo individual já está traçado: “Vestir a camisola azul é o sonho dele e vemos isso como um desenvolvimento natural para a sua carreira”, afirmou Lorang.
Com a Red Bull - BORA - hansgrohe a investir pesado e a combinar experiência com juventude, Pellizzari surge como uma das figuras emergentes do ciclismo mundial. Se 2025 serviu para provar que já pertence à elite, 2026 poderá marcar a sua afirmação definitiva como candidato a pódios em Grandes Voltas.
aplausos 0visitantes 0
loading

Últimas notícias

Notícias populares

Últimos Comentarios

Loading