Urska Zigart assume ambição própria antes dos Mundiais de Kigali e relativiza rótulo de “namorada de Pogacar”

Ciclismo
sábado, 20 setembro 2025 a 12:46
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Urska Zigart prepara-se para o Campeonato do Mundo de 2025, em Kigali, com a serenidade de quem sabe exatamente onde quer chegar. A eslovena de 28 anos, muitas vezes apresentada como a companheira do tetracampeão da Volta a França, Tadej Pogacar, admite que esse rótulo a acompanhará sempre, mas garante que não a define.
“Acho que vou ser sempre conhecida como a namorada de Tadej Pogacar, simplesmente porque ele ficou famoso mais cedo com os resultados que obteve”, confessou ao Siol. “Mas, sinceramente, isso não me incomoda.”

Trajetória em ascensão

Atualmente ao serviço da AG Insurance – Soudal, Zigart construiu de forma consistente a sua própria carreira no pelotão feminino. Depois de algumas épocas de evolução progressiva, destacou-se em provas por etapas, em especial nas de perfil montanhoso que melhor se adaptam às suas características: este ano terminou no top-10 da Volta a Itália e foi vice-campeã na Romandia.
O percurso dos Mundiais em Kigali, com subidas exigentes e calor intenso, é visto por Zigart como um desafio à sua medida. “É claro que gostaria de me tornar conhecida pelos meus próprios desempenhos. É isso que me motiva. Provar que pertenço aqui. Sou ciclista por direito próprio”, afirmou.

Vida partilhada com Pogacar

Sobre a convivência com uma das maiores estrelas do ciclismo mundial, Zigart é franca: “Quando se está com alguém tão bem-sucedido, muda a forma como as pessoas olham para nós. Mas no pelotão, entre as ciclistas, sinto-me respeitada por aquilo que sou. Isso é o mais importante.”
O casal vive no Mónaco e, apesar dos horários raramente coincidirem, a partilha da mesma profissão cria uma compreensão mútua única. Para Zigart, o essencial é manter o foco no seu caminho: “Aceitei que isto é algo que não posso mudar. O que posso controlar são as minhas corridas, o meu treino e a forma como continuo a melhorar.”

Pressão, resiliência e objetivos claros

A eslovena não esconde os desafios mentais de competir ao mais alto nível: “Espero mais de mim do que talvez seja realista neste momento. Isso pode ser difícil de gerir.” Ainda assim, define o seu objetivo em Kigali de forma simples: “Quero fazer uma corrida que mostre o meu crescimento, que estou a progredir ano após ano.”
Para Zigart, o equilíbrio mental é tão determinante quanto a força física: “No ciclismo, a cabeça é tão importante como as pernas. Se não estivermos bem mentalmente, não importa o quão fortes somos fisicamente.”
Independentemente do resultado no Ruanda, Zigart encara os Mundiais como mais uma etapa de afirmação pessoal. Cada vez mais, a sua história deixa de ser apenas a de “namorada de Pogacar” para se tornar, com mérito próprio, a de uma ciclista em plena ascensão.
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