A 16ª etapa da
Volta a França 2025 teve ingredientes de sobra para ficar na memória. O lendário Mont Ventoux proporcionou espetáculo em todas as frentes: na luta pela vitória de etapa, na batalha pela camisola amarela entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard, e também no renascimento de
Primoz Roglic, que realizou uma das melhores exibições desde o início da corrida.
O veterano esloveno da
Red Bull - BORA - Hansgrohe foi 9º no topo do Ventoux, mas mais do que o lugar, impressionou pela consistência e pela potência demonstrada na subida final. Graças ao desempenho, conseguiu subir uma posição na geral, ultrapassando
Kevin Vauquelin, e ocupa agora o 5º lugar da classificação. Com os Alpes ainda pela frente, sonhar com mais não parece irrealista.
Na formação alemã, o entusiasmo com Roglic cresceu substancialmente. Embora
Florian Lipowitz continue a ser o líder da equipa e mantém-se firme no 3.º lugar com aspirações ao pódio, o diretor desportivo
Patxi Vila não escondeu a satisfação com a prestação de Primoz Roglic, elogiando-o em declarações ao Eurosport.
"Vi hoje o melhor Primoz Roglic de toda a Volta a França. Isto dá-me confiança para os Alpes", afirmou no programa La Montonera, onde analisou a prestação do experiente ciclista no Mont Ventoux.
Para Patxi Vila, o desempenho não surgiu do nada. A evolução tem sido visível desde a crono escalada em Peyragudes, na 13ª etapa, e é aí que o responsável técnico encontra a chave do atual momento do esloveno.
"O início da Volta a Itália não foi fácil. A transição do Corsa Rosa para a Volta a França também foi complicada. Mas agora vejo-o claramente a melhorar o seu nível. Penso que o contrarrelógio do outro dia (etapa 13 em Peyragudes) também foi muito importante. Penso que ele tem vindo a melhorar desde então", acrescentou Patxi Vila.
A moral da Red Bull aumentou consideravelmente, e com razão. Roglic volta a parecer competitivo em terreno de alta montanha e poderá ter um papel decisivo nas próximas jornadas. A equipa aposta numa estratégia dupla para as etapas alpinas que vão definir o pódio da prova.
O objetivo está bem delineado. Primoz Roglic tem apenas 38 segundos de atraso em relação a Oscar Onley, 4º da geral, e vai tentar ultrapassar o jovem britânico nos Alpes. Se o conseguir, e se Lipowitz mantiver o 3º lugar, a formação alemã poderá terminar a Volta com dois dos seus ciclistas entre os quatro primeiros, um resultado de excelência, considerando o domínio absoluto de Pogacar.
No Col de la Loze, palco da 18ª etapa, e em La Plagne, final da 19ª jornada, espera-se um Roglic ambicioso e combativo. Com a camisola amarela fora de alcance, conquistar os lugares logo abaixo do pódio continua a ser um objetivo de grande prestígio.