Eli Iserbyt comenta o caso de Van der Poel e exige medidas firmes contra adeptos agressivos: Uma palmada no pulso? ... Estamos incrivelmente expostos"

Ciclismo
terça-feira, 15 abril 2025 a 21:00
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Num momento em que o ciclismo vive um dos seus períodos mais entusiasmantes em termos de espetáculo e competitividade, cresce também uma preocupação preocupante: a crescente hostilidade de alguns adeptos junto das estradas. O incidente recente com Mathieu van der Poel na Paris-Roubaix trouxe novamente o tema para o centro do debate - mas o neerlandês está longe de ser o único a ter sofrido com comportamentos inaceitáveis do público.
Eli Iserbyt, uma das grandes figuras do ciclocrosse mundial, também foi alvo direto durante a última temporada de inverno. A 1 de novembro de 2024, no Koppenbergcross, viu um adepto atirar-lhe uma bebida em plena corrida, num gesto tão cobarde quanto perigoso. O ciclista da Pauwels Sauzen - Bingoal, visivelmente transtornado na altura, aguardava por medidas exemplares. Seis meses depois, continua à espera.
"Mais do que zangado, estou sobretudo desiludido", confessou Iserbyt em declarações ao Het Nieuwsblad. “Em primeiro lugar, pela forma como o caso foi tratado - só soubemos que tinha sido aparentemente encerrado por vias informais. Ninguém nos informou diretamente. O nosso advogado teve de ir procurar respostas. Isso já é errado".
O agressor foi apenas advertido pelas autoridades e afastado do local. Para Iserbyt, esta resposta é totalmente insuficiente: "Os factos foram provados, mas deixaram-no sair com um aviso. Isso parece-me incrivelmente fraco. Sinceramente, não é aceitável".
Iserbyt rejeita qualquer compensação financeira, mas defende a necessidade de uma sanção clara e dissuasora: "Nem que fosse uma multa pesada, para dar um sinal. Mas um aviso? Uma palmada no pulso? Quem é que vai perder o sono com isso?"
Mais do que a indignação pontual, o belga alerta para o impacto psicológico duradouro que este tipo de episódios tem nos ciclistas. "Claro que era 'apenas' cerveja, mas cada vez que passava por aquela zona durante o Koppenberg, só pensava: 'O que vai ser desta vez?'. Isso pesa-nos mentalmente, tira-nos a concentração. Mesmo nas corridas seguintes, parte de nós continua preocupada".
"Estamos no meio da corrida, não podemos parar, não nos podemos defender. Estamos completamente impotentes. E é essa vulnerabilidade que mais me assusta", sublinhou.
Sobre o caso de Van der Poel - atingido no rosto por uma garrafa cheia durante a última Paris-Roubaix - Iserbyt não tem dúvidas: "Fiquei chocado com o que lhe aconteceu. Isso vai ficar com ele, sem dúvida. Não se pode subestimar. Como ciclistas, estamos incrivelmente expostos. E isso não pode continuar a ser ignorado".
A crescente tensão entre público e ciclistas exige agora respostas firmes e concretas das organizações. A integridade e segurança dos protagonistas da modalidade está em risco - e o tempo para agir é agora.
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