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Volta a Espanha 2025 viveu um dia de puro espectáculo nos Pirinéus, onde
Juan Ayuso se redimiu da implosão da véspera com uma vitória a solo na 7ª etapa, com final em Cerler. O jovem espanhol da UAE Team Emirates - XRG desferiu um ataque implacável na última subida e deixou a concorrência para trás, numa jornada em que a camisola vermelha de Torstein Træen resistiu apesar das investidas de
João Almeida e Giulio Ciccone.
Uma etapa de alta intensidade desde o quilómetro zero
Como esperado, a corrida partiu a toda a velocidade. Gal Glivar, Edward Planckaert, Pierre Thierry e Jonas Gregaard foram os primeiros a destacar-se, mas o Port del Cantó (24,9 km a 4,4%) ditou o verdadeiro arranque da etapa. Logo ali, Ayuso mostrou intenções claras de estar na frente, mostrando que, afinal, a perda de tempo de ontem não era uma questão física. Atacou repetidamente e, apesar da vigilância da Team Visma | Lease a Bike, conseguiu manter-se isolado com pequena margem.
Na aproximação ao topo, Mads Pedersen juntou-se ao catalão, e logo depois formou-se uma fuga robusta de 12 homens: Ayuso, Pedersen, Jay Vine, Sean Quinn, Damien Howson, Harold Tejada, Brieuc Rolland, Joel Nicolau, Raúl García, Kevin Vermaerke, Eduardo Sepúlveda e
Marco Frigo. O entendimento entre os fugitivos permitiu ampliar a vantagem para mais de quatro minutos, enquanto a Bahrain Victorious tentava controlar no pelotão.
Vine brilha na montanha, Ayuso prepara o golpe final
No Puerto de la Creu de Perves e no Coll de l’Espina, Jay Vine destacou-se nos pontos da montanha, cimentando a sua candidatura à classificação da especialidade. Ainda assim, a fuga manteve-se sólida e com mais de três minutos de vantagem, suficiente para sonhar com a vitória da etapa.
A 15 km para o fim, Mads Pedersen fechou o seu dia com o triunfo no sprint intermédio, deixando a responsabilidade da decisão aos trepadores. A subida final para Cerler (12,1 km a 5,9%) rapidamente selecionou o grupo. Pedersen foi o primeiro a ceder, Vine assumiu o ritmo e Ayuso lançou o ataque demolidor a 11 km da meta.
Marco Frigo tentou resistir, mas o espanhol voltou a acelerar e partiu isolado, numa demonstração de força que confirmou a estratégia agressiva da equipa da Emirates.
Almeida mexe no grupo dos favoritos
Atrás, a Visma controlava para proteger Jonas Vingegaard, mas João Almeida decidiu animar a corrida, colocando Marc Soler na frente a puxar. O português acelerou pouco depois, apenas Vingegaard e Ciccone conseguiram resistir, mas não houve colaboração e todos acabaram por reentrar, incluindo o camisola vermelha Torstein Traaen.
Primeira vitória de Ayuso na Vuelta
Na frente, nada mais travou Ayuso. O ciclista de 22 anos cruzou a meta em Cerler para conquistar a sua primeira vitória de etapa na Vuelta, um triunfo que chega como resposta imediata ao colapso da etapa anterior e que marca o cumprir do objetivo a que se propôs, ganhar uma etapa, podendo agora cumprir com a segunda parte do que disse, ajudar João Almeida. O festejo, com os dedos nos ouvidos, é enigmático e pode ser encarado como uma resposta às críticas. Marco Frigo foi 2º na etapa e Raul García Pierna fechou o pódio.
Enquanto isso, Træen manteve-se líder, Almeida mostrou estar entre os mais fortes da geral, e Vingegaard voltou a exibir serenidade. A Vuelta segue viva, com a Emirates a ganhar 3 etapas seguidas, mas será que o ambiente é o melhor?