A Volta à Grã-Bretanha 2025 transformou-se nos últimos dias numa sentida homenagem a Geraint Thomas, que encerra oficialmente a sua carreira hoje, perante o público britânico que tantas vezes o aplaudiu. O homem que em 2018 conquistou a Volta a França, o maior triunfo da sua vida, despede-se como um dos mais bem-sucedidos ciclistas britânicos da história moderna.
No pelotão, a emoção é palpável, e os aplausos estrondosos à passagem do galês têm dado o tom a esta última semana. Entre os colegas de equipa na INEOS Grenadiers, o neerlandês Thymen Arensman partilhou com o CiclismoAtual a importância deste dia especial, ao mesmo tempo que recordou o arrefecimento após um Tour memorável em que brilhou com duas vitórias em etapas.
O verão de glória em França
Arensman já tinha deixado escapar o seu talento em anos anteriores, mas nada se compara ao que alcançou em julho. Primeiro, ao triunfar na exigente chegada em alto de Superbagnères na 14ª etapa, e depois ao coroar a sua campanha com uma vitória de grande autoridade em La Plagne, escapando de um grupo que incluía Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard.
"É claro que há pessoas que vêm ter connosco e nos felicitam pelo Tour. É muito especial o que fiz, perguntaram-me se foi um grande feito, mas no final é apenas mais uma corrida aqui e já foi há algumas semanas, é assim que funciona", explicou o neerlandês, relativizando o impacto imediato do feito.
Arensman venceu Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard na Volta a França de 2025. @Sirotti
Um início difícil na Volta à Grã-Bretanha
Na corrida que agora termina, Arensman partia como um dos favoritos à vitória na geral, mas a sorte virou-lhe as costas logo nos primeiros dias. "As minhas pernas estão muito boas, treinei bem, mas tive uma queda muito forte na 2ª etapa, parti uma roda na etapa seguinte e furei a 15 km do fim", contou.
A dureza de The Tumble, escalado por duas vezes na etapa rainha, poderia ter-lhe dado palco para lutar pelo triunfo, mas as sequelas da queda condicionaram-no. "Sinto uma laceração nos glúteos e não tinha a certeza se conseguiria chegar à meta. Tentei fazer o que pude ontem e anteontem, mas o meu corpo ainda está a recuperar e não estou a 100%. Felizmente, não houve fraturas. O médico ficou bastante surpreendido por não haver fraturas, o que foi engraçado de ouvir. Obviamente, quero fazer o melhor para a equipa hoje, para o Sam [Watson], e desfrutar desta última corrida pelo G".
Última dança com Geraint Thomas
O momento central do dia é, naturalmente, a despedida de Geraint Thomas. O veterano lidera a equipa na sua última prova e a INEOS corre com equipamento especial para assinalar a ocasião. Para Arensman, apesar de não ter convivido tantos anos com o galês como outros companheiros, é uma honra estar ao seu lado nesta despedida.
"Espero que ele goste e tenho a certeza que vai gostar desta noite. Infelizmente, o tempo não está ótimo hoje, mas espero que ele desfrute da sua última corrida e da última subida da corrida. Espero que ele aproveite tudo e que, basicamente, lhe diga para aproveitar tudo e desfrutar", afirmou Arensman.