Tom Pidcock completou esta semana o seu primeiro contrarrelógio por equipas como ciclista profissional de elite, na
Volta a Espanha 2025, experiência que viveu em condições bem diferentes das que tinha conhecido na INEOS Grenadiers. Com a camisola da
Q36.5 Pro Cycling Team, o britânico contou com um bloco menos poderoso, mas ainda assim superou as expectativas e manteve-se em posição favorável para as montanhas que se aproximam.
"Fizemos algumas sessões, tentámos fazer o que podíamos para nos prepararmos para a corrida. Os últimos cinco quilómetros foram horríveis, estava sempre a falhar a parte de trás, sabe como é quando alguém arranca e você se engana, então estava a morrer", confessou Pidcock depois da chegada.
O esforço, apesar de doloroso, acabou por ser recompensado: a formação suíça concluiu com o oitavo melhor tempo do dia, a apenas 22 segundos da UAE Team Emirates - XRG, vencedora, e a menos de 15 segundos de todas as restantes equipas do WorldTour que a precederam.
Pidcock cruzou a meta acompanhado por David de la Cruz, Damien Howson e Xabier Mikel Azparren, um quarteto improvável para desafiar as potências do pelotão. "Claro que sempre soubemos que seria difícil ganhar, mas sabíamos que, se fizéssemos uma boa e sólida prova, não perderíamos muito tempo, por isso não foi mau", avaliou o britânico.
O treinador de Pidcock, Kurt Bogaerts,
sublinhou em declarações à Cyclingnews que o resultado dá confiança para o que aí vem. "Ele estava à mistura na 2ª etapa, mas é neste tipo de chegadas que se ganha muita experiência. O Tom está agora a concentrar-se mais na estrada, e cada chegada destas dá-nos mais sabedoria para a próxima, e podemos analisar", apontou.
Teste decisivo em Andorra
A sexta etapa levará o pelotão a Andorra, terreno que Pidcock conhece como poucos, já que há apenas um mês venceu em Pal Arinsal uma etapa da Taça do Mundo de BTT. Será a primeira chegada em alta montanha desta edição da Vuelta, um momento que poderá clarificar até que ponto o britânico pode ambicionar a classificação geral.
"Mas ele sabe isso, e podemos tirar daí a ideia de que tudo tem de ser muito bem cronometrado. Tipos como Jonas Vingegaard já disputaram muitos finais contra Pogacar e, por vezes, ele leva a melhor", referiu Bogaerts, destacando a necessidade de aprender com os melhores.
Aos 26 anos, Pidcock encara com entusiasmo o desafio de se medir na alta montanha da Vuelta, num terreno que o favorece, mas que poderá ser condicionado pelo clima. "Mas vamos lá chegar. Penso que estamos a ver o dia a dia, mas amanhã e depois são etapas muito duras e estamos ansiosos por isso", rematou o britânico, pronto para o primeiro grande teste da corrida.