Fim de ciclo: José Poeira abandona o cargo após 25 anos à frente da seleção nacional

José Poeira comunicou esta sexta-feira que vai deixar de exercer funções como selecionador nacional de ciclismo de estrada, colocando ponto final em quase 25 anos no cargo. A decisão foi comunicada através de uma nota enviada à agência Lusa.

"Após 30 anos ao serviço da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), comuniquei a minha vontade de deixar o cargo de selecionador nacional", refere no comunicado, onde assume estar "muito orgulhoso" do percurso desenvolvido dentro da estrutura federativa, iniciado como massagista e consolidado como responsável máximo das seleções.

"Tive o privilégio de acompanhar diversas gerações de ciclistas, desde as camadas jovens até ao profissionalismo. Ajudei meninos a serem homens e homens a tornarem-se campeões. Sempre interpretei a minha missão como a representação do país e sempre coloquei os interesses nacionais acima de tudo", sublinhou o antigo corredor, hoje com 66 anos.

Na mensagem, Poeira deixou ainda um agradecimento alargado. "Devo uma palavra de reconhecimento a todos os profissionais que fizeram parte das minhas equipas técnicas, porque sempre deram tudo pela nossa missão, colocando os interesses do ciclismo e do País acima dos interesses pessoais", destacou, acrescentando uma declaração contundente: "Juntos, fizemos história no ciclismo e no desporto português".

A saída marca também um momento de viragem pessoal. "Chegou agora o tempo de usufruir do ciclismo enquanto adepto e de viver tempo de qualidade com a família, que foi sempre o núcleo que mais sofreu devido ao meu compromisso com o ciclismo", assinalou.

Ao longo das décadas em que liderou as seleções nacionais, José Poeira esteve ligado a alguns dos maiores feitos do ciclismo português: o título mundial de fundo de Rui Costa em 2013, a medalha de prata de Sérgio Paulinho nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, os vice-campeonatos mundiais júnior (2022) e sub-23 (2023) de António Morgado e as duas classificações olímpicas de Nelson Oliveira no contrarrelógio sub-23, em 2009. Soma-se ainda a vitória na Taça das Nações de sub-23, em 2008.

Créditos das fotos: DN