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Volta a Portugal terá novo diretor em 2026. O espanhol Ezequiel Mosquera, líder da empresa internacional Emesports, sucede a Joaquim Gomes após a cessação contratual entre a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) e a Podium Events. A parceria incluirá também a
Volta ao Algarve, iniciando uma nova fase organizativa no ciclismo nacional.
Para já, o acordo vigorará na próxima época, com possibilidade de prolongamento. Mosquera, antigo ciclista profissional e vice-campeão da Vuelta 2010, passa a assumir o cargo de diretor técnico das três maiores provas do calendário português.
FPC anuncia nova parceria estratégica com a Emesports
A oficialização da mudança foi feita em conferência de imprensa na sede da federação, em Lisboa. Cândido Barbosa, presidente da FPC, revelou um acordo estratégico com a Emesports para organizar a 52.ª Volta ao Algarve, a 87.ª Volta a Portugal e a 43.ª Volta ao Alentejo.
O contrato é válido para a época de 2026, podendo ser prolongado. Assim, Mosquera passa a liderar tecnicamente as três provas mais prestigiadas do ciclismo português.
Fim da ligação à Podium após incumprimento contratual
A decisão abrange igualmente a Volta ao Alentejo e a Volta a Portugal do Futuro, tendo sido justificada com “a defesa do interesse público, do ciclismo português e da própria Volta a Portugal”.
A Volta ao Algarve integrada na nova estrutura
A federação explicou que decidiu integrar também a Volta ao Algarve nesta nova parceria, “numa lógica de sinergia organizativa e de facilidade de negociação com as equipas”, sobretudo internacionais. O objetivo passa por garantir “uma abordagem conjunta, coerente e mais eficaz do ponto de vista operacional e desportivo”.
A Volta a Portugal do Futuro ficará fora do acordo, sendo organizada diretamente pela FPC.
Mosquera ao lado de Jonas Vingegaard n'O Gran Camiño
Perfil de Mosquera elogiado pela federação
A FPC destacou o “perfil sólido, inovador e alinhado com as exigências das competições internacionais e com a visão estratégica da federação”. A Emesports ficará responsável, entre outras funções, pela direção técnica das três provas.
“A definição detalhada da repartição de tarefas encontra-se atualmente em fase de acerto”.
Barbosa: “Era essencial agir com determinação e rapidez”
Para Cândido Barbosa, a mudança era inevitável:
“Este é um momento essencial para o futuro das nossas grandes provas. Perante o incumprimento reiterado do anterior organizador da Volta a Portugal, não podíamos continuar a adiar decisões. Tínhamos a responsabilidade de agir com determinação e rapidez, encontrando uma solução sólida e credível.”
Mosquera traz experiência internacional e ligação histórica a Portugal
Aos 50 anos, atual diretor d’O Gran Camiño, Mosquera mantém uma ligação próxima com Portugal, onde iniciou a carreira profissional em 1999, na formação de Paredes. Competiu no pelotão nacional até 2004 antes de regressar a Espanha.
O seu percurso ficou marcado pelos resultados na Volta a Espanha, incluindo o segundo lugar em 2010, posição não reconhecida oficialmente pela UCI devido a um caso de doping. Terminou a carreira como ciclista profissional no final desse ano.
Na apresentação, deixou uma mensagem clara:
“Acreditamos profundamente que a Volta a Portugal é património nacional e que tem condições para reforçar a sua projeção internacional. Queremos contribuir para uma prova mais moderna, mais competitiva e mais aberta ao mundo, valorizando o que ela representa para Portugal.”
Fim de um ciclo para Joaquim Gomes
A nomeação de Ezequiel Mosquera assinala também o fecho de um ciclo de duas décadas com Joaquim Gomes ao comando da Volta a Portugal. A entrada de Mosquera simboliza uma rutura estratégica e a tentativa de reposicionar as provas nacionais num contexto competitivo mais internacionalizado.
Fotos: Jornal Marca