Ezequiel Mosquera assume direção da Volta a Portugal e da Volta ao Algarve após fim do vínculo com a Podium

Ciclismo
sexta-feira, 28 novembro 2025 a 16:15
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A Volta a Portugal terá novo diretor em 2026. O espanhol Ezequiel Mosquera, líder da empresa internacional Emesports, sucede a Joaquim Gomes após a cessação contratual entre a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) e a Podium Events. A parceria incluirá também a Volta ao Algarve, iniciando uma nova fase organizativa no ciclismo nacional.
Para já, o acordo vigorará na próxima época, com possibilidade de prolongamento. Mosquera, antigo ciclista profissional e vice-campeão da Vuelta 2010, passa a assumir o cargo de diretor técnico das três maiores provas do calendário português.

FPC anuncia nova parceria estratégica com a Emesports

A oficialização da mudança foi feita em conferência de imprensa na sede da federação, em Lisboa. Cândido Barbosa, presidente da FPC, revelou um acordo estratégico com a Emesports para organizar a 52.ª Volta ao Algarve, a 87.ª Volta a Portugal e a 43.ª Volta ao Alentejo.
O contrato é válido para a época de 2026, podendo ser prolongado. Assim, Mosquera passa a liderar tecnicamente as três provas mais prestigiadas do ciclismo português.

Fim da ligação à Podium após incumprimento contratual

A 10 de novembro, a FPC anunciou a cessação “com efeitos imediatos” do contrato de concessão da Volta a Portugal à Podium Events, antecipando em um ano o término do acordo, por alegado incumprimento por parte da empresa.
A decisão abrange igualmente a Volta ao Alentejo e a Volta a Portugal do Futuro, tendo sido justificada com “a defesa do interesse público, do ciclismo português e da própria Volta a Portugal”.

A Volta ao Algarve integrada na nova estrutura

A federação explicou que decidiu integrar também a Volta ao Algarve nesta nova parceria, “numa lógica de sinergia organizativa e de facilidade de negociação com as equipas”, sobretudo internacionais. O objetivo passa por garantir “uma abordagem conjunta, coerente e mais eficaz do ponto de vista operacional e desportivo”.
A Volta a Portugal do Futuro ficará fora do acordo, sendo organizada diretamente pela FPC.
Mosquera ao lado de Jonas Vingegaard n'O Gran Camiño
Mosquera ao lado de Jonas Vingegaard n'O Gran Camiño

Perfil de Mosquera elogiado pela federação

A FPC destacou o “perfil sólido, inovador e alinhado com as exigências das competições internacionais e com a visão estratégica da federação”. A Emesports ficará responsável, entre outras funções, pela direção técnica das três provas.
“A definição detalhada da repartição de tarefas encontra-se atualmente em fase de acerto”.

Barbosa: “Era essencial agir com determinação e rapidez”

Para Cândido Barbosa, a mudança era inevitável: “Este é um momento essencial para o futuro das nossas grandes provas. Perante o incumprimento reiterado do anterior organizador da Volta a Portugal, não podíamos continuar a adiar decisões. Tínhamos a responsabilidade de agir com determinação e rapidez, encontrando uma solução sólida e credível.”

Mosquera traz experiência internacional e ligação histórica a Portugal

Aos 50 anos, atual diretor d’O Gran Camiño, Mosquera mantém uma ligação próxima com Portugal, onde iniciou a carreira profissional em 1999, na formação de Paredes. Competiu no pelotão nacional até 2004 antes de regressar a Espanha.
O seu percurso ficou marcado pelos resultados na Volta a Espanha, incluindo o segundo lugar em 2010, posição não reconhecida oficialmente pela UCI devido a um caso de doping. Terminou a carreira como ciclista profissional no final desse ano.
Na apresentação, deixou uma mensagem clara: “Acreditamos profundamente que a Volta a Portugal é património nacional e que tem condições para reforçar a sua projeção internacional. Queremos contribuir para uma prova mais moderna, mais competitiva e mais aberta ao mundo, valorizando o que ela representa para Portugal.”

Fim de um ciclo para Joaquim Gomes

A nomeação de Ezequiel Mosquera assinala também o fecho de um ciclo de duas décadas com Joaquim Gomes ao comando da Volta a Portugal. A entrada de Mosquera simboliza uma rutura estratégica e a tentativa de reposicionar as provas nacionais num contexto competitivo mais internacionalizado.
Fotos: Jornal Marca
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