Tadej Pogacar encerrou mais uma época extraordinária em 2025.
O esloveno da UAE Team Emirates - XRG garantiu a quarta Volta a França, novamente o seu grande objetivo, e não ficou por aí, somando um trio de Monumentos (Liege, Flandres e Lombardia), mais um título mundial (o segundo consecutivo), além de uma série de outras vitórias.
Numa entrevista ao
Marca, o esloveno revisitou o seu ano notável e abordou os objetivos ainda no radar, sem descartar um regresso à
Volta a Espanha em algum momento, embora dando a entender que não será este ano. Quer completar o set dos cinco Monumentos e voltará a apostar tudo na
Milan-Sanremo e no Paris–Roubaix.
- Consegui ir além dos meus sonhos. Defini metas mais altas do que alguma vez imaginei. Estou muito feliz e muito orgulhoso do que alcancei.
- Não gosto de me comparar com ninguém. Acho que cada ciclista é único.
- O tempo passa muito depressa. Tento desfrutar de cada dia e manter a motivação, porque a carreira desportiva não dura tanto quanto parece.
Com contrato até 2030, o esloveno tem ainda vários anos para lutar pelas corridas que faltam no palmarés. Este ano, vai estrear-se na Volta à Romandia e na Volta à Suiça, onde deverá ser o favorito indiscutível em ambas.
Preparação e treinos em Gran Canaria
Tadej Pogacar arrasou Jonas Vingegaard na Volta a França de 2025.
Em novembro, o campeão do mundo participou numa Gran Fondo nas Canárias, tal como vários outros profissionais. Questionado pelo meio espanhol, mostrou-se disponível para partilhar impressões sobre o período passado em Gran Canaria.
- Queria explorar a ilha e voltar a acumular horas duras de treino. O objetivo era reconstruir a base e descobrir novas estradas. Foi uma experiência muito positiva, com bons grupos de treino. É um verdadeiro paraíso para preparar a época e acho que vou voltar.
- Consegue-se desenhar facilmente três ou quatro etapas muito boas em Gran Canaria. Há dureza e condições para ver grande ciclismo.
Descanso e férias
Depois, além dos compromissos sociais a que teve de comparecer, o esloveno mostrou-se bastante satisfeito no estágio da equipa em Espanha, partilhando frequentemente nas redes sociais treinos longos, muitas vezes em conjunto com a equipa. Mas fora da bicicleta, durante o inverno, também conseguiu recuperar mentalmente de um 2025 intenso.
- As férias são quando não penso na bicicleta. Tive algum tempo livre, atividades divertidas e recarreguei baterias.
- Gosto de aproveitar um bom jantar, encontrar amigos e estar na praia. Planos normais que me ajudam a desligar.
Volta a França e objetivos da época
A Volta a França é, em 2026, naturalmente um dos grandes objetivos, com a possibilidade de igualar o atual recorde de cinco vitórias. Consegui-lo colocá-lo-ia numa posição única para bater outro recorde, ainda mais significativo.
- O objetivo é voltar ao Tour, tentar ganhar de novo e enfrentar os melhores do mundo. Será um dos meus principais alvos.
- O percurso é muito interessante e muito duro. Começar em Barcelona será ótimo, e o resto é semelhante a outras edições, com etapas exigentes e desafios interessantes. Estou com muita vontade.
Lesão e Tour 2025
Na Volta a França deste ano, porém, um toque no guiador no final da etapa do Mont Ventoux provocou uma pequena lesão no joelho que preocupou a equipa. Assume que foi o momento mais difícil do ano.
- Foi o momento mais duro do ano. A lesão foi pequena, mais incómoda e preocupante do que dolorosa. Felizmente consegui geri-la e correr como queria. Gostava de ter vencido mais uma etapa nos Alpes, mas não foi possível. Mesmo assim, estou satisfeito com o que fizemos.
- A época esteve muito perto do 10.
Clássicas e assuntos por resolver nas Grandes Voltas
Entre as corridas que faltam no seu palmarés, há três que se destacam. E não quer terminar a carreira sem as conquistar, para completar mais dois conjuntos de feitos-chave:
Pogacar precisará muito da equipa para vencer a Milan-Sanremo
- Vencer Sanremo, Roubaix e dar o meu melhor na Volta a Espanha é um grande desafio na minha carreira. Veremos o que o futuro me reserva.
- É sempre difícil combinar a Vuelta com o resto do calendário, mas voltarei um dia e estarei muito motivado quando chegar essa altura.
Mundiais
- O Mundial é uma corrida muito especial. Tive a sorte de o vencer duas vezes e, em 2026, em Montreal, será um grande objetivo tentar voltar a conquistar o título.
Motivação e pressão competitiva
Para um corredor que está no topo há vários anos, e contra os mesmos rivais, seria fácil pensar numa estagnação. Mas não vê as coisas assim e, ano após ano, tem conseguido elevar o nível.
- Não é mais difícil motivar-me, é diferente. Há mais pressão e expectativa. Tento manter o nível e mostrar que o posso fazer outra vez.
- Os rivais e as equipas estão muito fortes. Todos tentam melhorar a cada ano e tens sempre de lutar para crescer mais um pouco.
Rivais e o panorama atual
- O Evenepoel tem qualidades para render muito bem em Sanremo ou Roubaix. Será um adversário extra e difícil de bater se estiver lá.
- O desporto é muito importante na Eslovénia. Não somos muitos no WorldTour, mas os que lá estão são mesmo muito bons.