A 3ª etapa da
Volta a França 2025 ficou marcada por um final caótico, onde várias quedas abalaram o pelotão e alteraram significativamente o rumo da corrida. O sprint final foi palco de tensão extrema, nervosismo e manobras arriscadas, levando à queda de vários nomes sonantes, incluindo Remco Evenepoel, Geraint Thomas e Jordi Meeus. Já antes, no sprint intermédio,
Jasper Philipsen, líder da classificação por pontos, sofreu uma aparatosa queda que o forçou a abandonar.
Entre os sobreviventes deste dia de loucos esteve
Soren Waerenskjold, da
Uno-X Mobility. O norueguês cruzou a meta em 4º lugar, confirmando a boa forma depois do pódio no 1º dia, embora tenha deixado o final da etapa com sentimentos mistos.
"Hoje foram... as melhores pernas que já tive, mas tomei a pior decisão. Devia ter puxado mais por mim", confessou Waerenskjold,
em declarações ao CiclismoAtual, no final da etapa. "Perdi um pouco de velocidade e depois tive de recomeçar. Devia ter mantido o ímpeto e ter ido em frente"
O sprinter escandinavo explicou ainda como pequenos detalhes fazem toda a diferença em sprints de alta velocidade. "Quando se vai a 70 km/h no final e se reduz 5 km/h, é muito difícil recuperar a velocidade. A esse ritmo, esses pequenos ajustes significam mais do que quando se está a pedalar a 30. É difícil voltar a fazer o sprint".
Se o resultado final foi um dos melhores da sua carreira no Tour, o facto de ter evitado a queda foi, por si só, uma vitória: "Estou contente por não ter caído. Houve muitas quedas mesmo à minha frente no final, foi um caos".
Waerenskjold também comentou o ambiente tenso e as decisões arriscadas de alguns colegas de pelotão. "Muitos ciclistas tentaram espremer-se entre os outros, foi um grande risco, especialmente para um sprint como aquele", recordou, referindo-se ao sprint intermédio onde Philipsen caiu.
O norueguês foi também uma das principais apostas da Uno-X Mobility para os sprints nesta Volta, ficando à frente do veterano Alexander Kristoff na hierarquia da equipa. Uma decisão que não foi isenta de polémica no seu país, onde foi apelidado por parte da imprensa de “falso sprinter”. Ao responder a essas críticas, Waerenskjold foi direto: "Sim, eu ouvi isso. Não chego aqui na minha melhor forma ou com as melhores pernas, mas faço muitas coisas bem para me manter na corrida".
Apesar das críticas, o ciclista de 25 anos mantém a confiança. "Claro que é frustrante. Podemos ficar tristes ou começar a forçar a passagem, mas isso gasta ainda mais energia. Sinceramente, é um pouco inapropriado ouvir esse rótulo. Mas sei que tenho de ser mais duro. Tenho de ganhar um par de corridas antes de poder realmente ganhar espaço lá fora. Até lá, só tenho de continuar a provar o meu valor".