"Foram menos dominantes" - Jordan Jegat avalia a prestação da Emirates na Volta a França 2025

Ciclismo
quinta-feira, 31 julho 2025 a 14:30
JordanJegat
Jordan Jegat, ciclista da TotalEnergies, foi uma das surpresas mais agradáveis da Volta a França de 2025, ao conquistar um inesperado top 10 na classificação geral, numa edição em que competiu apenas na segunda Grande Volta da sua carreira. O francês de 26 anos, ainda a assimilar o feito, notou diferenças marcantes em relação à sua estreia em 2024.
“Desde que o Tour terminou, o tempo voou. Parece que acabou há apenas cinco ou seis horas. Tenho tido uma agenda cheia, sem tempo para mim. Agora, de volta à casa dos meus pais na Bretanha, finalmente consegui parar um pouco”, contou Jegat à RMC, referindo que os próximos dias serão dedicados ao descanso: “Quero aproveitar o básico: ir à praia, andar de bicicleta, mas sem nada muito intenso.”
Apesar da inexperiência, o trepador mostrou-se perfeitamente adaptado ao nível exigente do maior palco do ciclismo mundial. “Fisicamente, é simples: carregamos nos pedais e subimos as montanhas. Mas dentro do pelotão temos de lutar pelo nosso espaço, usar os cotovelos, conquistar respeito. Durante esta Tour mantive-me sempre focado e calmo”, explicou, admitindo apenas um momento de frustração com Simone Velasco, que contestou a sua presença numa fuga.
O resultado final permitiu-lhe acompanhar de perto os grandes protagonistas da luga pela Camisola Amarela, Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard. “Normalmente estão cercados pelas suas equipas, quase intocáveis. Mas quando conseguimos segui-los, percebemos que estamos diante de campeões. Lembro-me da etapa 10, na última subida, a pensar: ‘Isto é especial’”, recorda Jegat.
Com uma evolução notória face ao 28.º lugar do ano anterior, Jegat revelou ter sempre ambicionado um bom resultado na geral. “Parecia inalcançável, mas consegui evitar quedas e doenças. A consistência e o espírito combativo foram decisivos”, afirma, ainda que admita um desejo latente: “Claro que trocava o top 10 por uma vitória de etapa, sem dúvida. Quando tiramos as etapas dos sprinters e aquelas dominadas por Pogacar e os outros grandes nomes, sobra muito pouco para o resto de nós.”
O francês também analisou a dinâmica das equipas dominantes, com destaque para a UAE Team Emirates - XRG. “Perguntávamo-nos todas as noites: será que o Pogacar ou a Visma vão atacar amanhã? Tentávamos antecipar e preparar-nos, mas muitas vezes não tínhamos escolha. Este ano, a Emirates foi menos dominante: perderam o João Almeida cedo, e o Sivakov esteve doente. Acabou por ser a Visma, com o Vingegaard, a ditar o ritmo.”
Essa conjuntura abriu espaço para um Pogacar menos canibal, permitindo que ciclistas como Jegat brilhassem na classificação geral – uma recompensa para quem ousou acreditar.
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