Greg Van Avermaet contra a retirada da curva da Gent Wevelgem que vitimou Olav Kooij: "É uma zona desafiante e que faz parte do ADN desta Clássica"

Olav Kooij tem sido um dos nomes em maior evidência na Team Visma | Lease a Bike neste arranque de temporada. O jovem sprinter neerlandês, de apenas 23 anos, já soma três vitórias em 2025, incluindo uma etapa na Tirreno-Adriatico. No entanto, o seu excelente momento de forma foi interrompido por uma queda aparatosa este domingo, durante a Gent Wevelgem, que resultou numa fratura da clavícula e obriga o ciclista a fazer uma paragem forçada.

A queda ganhou contornos ainda mais dramáticos por ter ocorrido num momento em que Kooij se mostrava particularmente forte. O neerlandês foi um dos poucos capazes de responder ao ataque decisivo de Mads Pedersen, que viria a vencer isolado. Pouco depois, contudo, tudo ruiu. “Olav seguiu o ataque do Pedersen, mas avaliou mal uma curva e caiu. A corrida podia ter tomado outro rumo”, lamentou Arthur van Dongen, diretor desportivo da Visma, num comunicado oficial. “Com Campenaerts na frente e Kooij na roda do Pedersen, estávamos numa situação perfeita. Mas o ciclismo é assim.”

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Já para Sep Vanmarcke, analista do Sporza e actual diretor desportivo da Israel - Premier Tech, o erro foi inteiramente do ciclista da Visma. “Não quero ser demasiado duro, mas a culpa foi dele”, afirmou o belga numa análise após a corrida. “Fizemos o reconhecimento do percurso no sábado e sabíamos que aquela curva exigia prudência. Um ciclista tem de estar atento a isso.”

A curva em questão tem sido alvo de críticas após várias quedas registadas nesta edição da Gent Wevelgem, e chegou a ser discutida a possibilidade da sua exclusão no futuro. No entanto, o antigo campeão olímpico Greg Van Avermaet, discorda dessa abordagem.

“Sou a favor de manter essa secção no percurso. É técnica, dura, e acrescenta espetáculo à corrida. O Mads provou isso”, defendeu Van Avermaet. “O acidente do Kooij? Para mim, foi falta de conhecimento do percurso. Lembro-me bem daquela curva: é rápida, escorregadia, e exige sangue-frio, mesmo quando se está a pedalar no limite. Com cabeça, ultrapassa-se. Sei que haverá críticas, mas considero que é uma zona desafiante e que faz parte do ADN desta Clássica”, disse.

Apesar do revés, Kooij mostrou neste início de temporada que está cada vez mais perto de se afirmar entre os grandes sprinters do pelotão World Tour. A recuperação já começou e o regresso, seguramente, será com ambição redobrada.

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