Isaac del Toro defende a tática da UAE no Monte Grappa e não alimenta polémicas: "Eles não me perseguiram, fizeram-no para não se meterem em sarilhos"

Ciclismo
segunda-feira, 26 maio 2025 a 14:20
del toro
A Volta a Itália 2025 entra na sua fase decisiva com Isaac Del Toro na liderança da classificação geral e sob um escrutínio crescente. O jovem mexicano da UAE Team Emirates – XRG tem resistido com frieza aos ataques e à tensão acumulada, mas o que aconteceu na etapa 15, em Monte Grappa, levantou questões dentro e fora do pelotão sobre a gestão tática da sua equipa - e sobre a sua própria margem de manobra.
Durante a longa jornada alpina, Del Toro respondeu de imediato ao ataque de Egan Bernal, num movimento que chegou a contar com Richard Carapaz, Thymen Arensman e Derek Gee, deixando parte dos favoritos para trás, entre eles Juan Ayuso, Primoz Roglic e Antonio Tiberi. A reação da UAE, no entanto, gerou surpresa: a formação dos Emirados colocou homens a perseguir o seu próprio líder para reagrupar os grupos e controlar a corrida.
A decisão dividiu opiniões. Alguns viram nela um gesto defensivo, uma forma de manter o controlo e proteger Juan Ayuso, que seguia atrás. Outros consideraram-na incoerente, já que Del Toro não colaborava no grupo da frente, mas a equipa neutralizava o seu avanço.
Del Toro preferiu não alimentar a polémica: "Eles não me perseguiram", garantiu. "Fizeram-no para não se meterem em sarilhos e descerem com segurança".
O líder da geral justificou a falta de iniciativa tática com prudência e respeito pelo contexto da corrida:
"Hoje não era o dia para tentar nada. Ainda faltava muito e a fuga tinha boa vantagem. Mas na próxima semana, claro, podemos pôr as cartas na mesa".
As palavras do mexicano apontam para uma mudança de abordagem a partir da 16.ª etapa, com mais montanha, finais em alto e margens de erro reduzidas. Apesar de ter ganho tempo sobre Roglic na etapa de Asiago, Del Toro não descarta o esloveno como ameaça.
"Ele é um dos melhores ciclistas e nunca desiste. Já o mostrou no passado e vai voltar a fazê-lo. Ainda está aqui, por isso temos de o considerar. Talvez tenha tido um dia mau, mas também caiu —-não podemos esquecer isso".
Com o bloco da UAE a manter profundidade e controlo, e com Del Toro a liderar a classificação com maturidade invulgar para um estreante em Grandes Voltas, o que se segue será, inevitavelmente, o maior teste da sua carreira. As próximas etapas de alta montanha irão não só definir a Camisola Rosa, mas também revelar até onde pode ir este talento mexicano que, até agora, tem resistido como um veterano.
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