Johnny Hoogerland teve um breve período de glória em 2009, mas a sua promissora carreira profissional foi rapidamente interrompida por dois acidentes graves. Depois do último acidente, o carismático holandês nunca mais recuperou totalmente. É uma história que poderia nunca ter acontecido se Hoogerland não tivesse sido contratado pela Vacansoleil um ano antes, aos 25 anos, vindo de uma pequena equipa continental holandesa.
"Apercebi-me de que era a minha última oportunidade de me tornar num profissional, por isso levei a sério a minha preparação e tudo se concretizou", recordou ao
PezCyling. Um ano forte deu-lhe uma oportunidade de assinar pela Vacansoleil. "Quando alguém nos propõe um contrato daqueles, temos que aceitá-lo! Mas foi um bom ajuste, sim. O nosso chefe de equipa, o Hilaire Van Der Schueren, deu-me muitos bons conselhos enquanto jovem profissional. Já não falo com ele todos os dias, mas continuo em contacto com ele."
A queda na Volta a França de 2011 não será esquecida por ninguém. Hoogerland e Juan Antonio Flecha foram atropelados por um carro, após o que o holandês foi projectado contra o arame farpado. A queda teve um impacto duradouro na sua vida. "O meu pedido de indemnização do seguro acabou por ser resolvido, mas foi preciso muito tempo e muito stress para chegar a um acordo. Foi uma pena, a companhia de seguros não quis ver a situação de uma perspectiva humana e nunca recebi um pedido de desculpas de ninguém."
Dois anos mais tarde sofreria um acidente ainda mais grave, ao ser atropelado por um carro em Benidorm, durante uma sessão de treino. Como resultado Hoogerland fracturou cinco costelas, um pulmão perfurado e algumas vértebras partidas. "Foi muito pior do que o acidente no Tour. Ainda me lembro da data: 3 de fevereiro de 2013. O início do fim da minha carreira. Tive muitas dores e passei quatro dias nos cuidados intensivos e 15 dias no hospital. Nunca mais tive o mesmo fogo, os meus valores ainda eram bons, mas estava sempre com medo de cair."
No ano anterior Hoogerland viveria o seu último folego nos
campeonatos nacionais disputado em Kerkrade. Foi aí que alcançou a mais bela vitória da sua carreira. "O Campeonato Nacional foi num percurso difícil e técnico, mas não senti qualquer stress. Depois de ganhar, pensei: "É agora, estou de volta!". Mas depois fiz o Tour e a Vuelta e não fiz nada de especial." Depois disso, Hoogerland ainda fez mais algumas épocas no escalão de PRT, antes de acabar por pendurar a bicicleta em 2016.