"Juan Ayuso é muito mais candidato à Volta à França do que Mattias Skjelmose alguma vez será" - Michael Rasmussen questiona as críticas do compatriota à Lidl-Trek

Ciclismo
quarta-feira, 01 outubro 2025 a 18:00
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Michael Rasmussen, antigo ciclista dinamarquês, lançou dúvidas sobre as ambições de Mattias Skjelmose na Volta a França, defendendo que o seu compatriota dificilmente chegará ao pódio em Paris, sobretudo após a Lidl-Trek ter assegurado a contratação de Juan Ayuso.
Em declarações ao Viaplay, Rasmussen sustentou que a chegada do espanhol altera por completo a hierarquia da equipa, mesmo depois da direção ter repetidamente transmitido a Skjelmose, de 25 anos, que o projeto desportivo seria construído em torno dele.
“Não há dúvida de que Ayuso tem mais qualidade do que Mattias Skjelmose. Já tem um palmarés mais forte e é dois anos mais novo”, afirmou Rasmussen. “É muito mais provável que Ayuso seja um sério candidato ao pódio da Volta a França do que Skjelmose alguma vez será.”

Um duro golpe no estatuto de Skjelmose

As declarações surgem poucos dias depois de Skjelmose ter reconhecido à TV2 que a contratação de Ayuso deixa a sua posição dentro da Lidl-Trek menos clara. Apesar de recordar que sempre lhe foi dito que seria a figura central da equipa, o dinamarquês admitiu que o peso do currículo do espanhol poderá alterar a liderança.
“A Lidl-Trek disse-me que acreditava em mim. Não sei qual é a relação com a chegada do Ayuso”, afirmou Skjelmose. “Há dois anos que me dizem que querem construir uma equipa à minha volta. Mas não me parece que o tenham trazido como gregário.”
Skjelmose acrescentou ainda algumas reservas quanto à predisposição de Ayuso em trabalhar para outros depois da sua saída da equipa da Emirates. “Temos os mesmos objetivos. Se ele teve dificuldade em ajudar o Tadej, não sei se quererá ajudar-me de alguma forma, se for esse o caso”, disse. “Mas também pode ser que não tenha passado um mau momento na Emirates. Não o conheço bem, por isso não sei o que aconteceu naquela equipa.”

Oportunidades no Giro?

Para Rasmussen, a leitura é simples: o futuro de Skjelmose passa longe da Volta a França. O ex-campeão dinamarquês apontou antes para a Volta a Itália como o palco mais realista para o compatriota tentar um pódio, sublinhando que a ambição de Ayuso irá ditar os planos da Lidl-Trek nas Grandes Voltas.
“Na minha firme convicção, Mattias Skjelmose nunca estará perto de um pódio na Volta a França. Mas se a lista de participantes for favorável, ele pode certamente sonhar em terminar no pódio da Volta a Itália”, disse Rasmussen.
Espera-se que Ayuso faça a dobradinha Tour-Vuelta em 2026, cenário que poderá abrir espaço para Skjelmose liderar noutro terreno. Até lá, as suas melhores hipóteses de protagonismo poderão surgir nas Clássicas das Ardenas, onde tem mostrado progressos consistentes, ao contrário de Ayuso, que ainda não deixou a sua marca.
O diagnóstico de Rasmussen pode soar duro para Skjelmose, mas com o investimento crescente da Lidl a elevar a fasquia em todo o calendário, o dinamarquês terá de provar rapidamente que merece ombrear com uma das maiores promessas do ciclismo espanhol.
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