"Tolerância zero perante o uso de substâncias ou métodos proibidos" Eis a primeira reação da AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense à suspensão por parte da UCI

A equipa AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense já reagiu à suspensão de 20 dias por parte da UCI, anunciada no dia de ontem, esclarecendo esta quarta-feira que as anomalias detetadas nos passaportes biológicos de Delio Fernández e Venceslau Fernandes dizem respeito, na sua maioria, a períodos em que os corredores ainda representavam outras formações.

"Os casos em questão dizem respeito a situações individuais de dois ex-atletas que, segundo a informação tornada pública, terão alegadamente registo de variações nos parâmetros dos passaportes biológicos destes atletas. Estes valores foram detetados ao longo de um período de tempo em que, maioritariamente, os atletas representaram outras equipas, reportando até seis anos antes das suas contratações e até nove anos antes desta notificação ao CCT", refere o comunicado divulgado pela estrutura algarvia, veiculado pela Agência Lusa.

Na terça-feira, a União Ciclista Internacional (UCI) anunciou a suspensão da AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense por 20 dias, entre 23 de outubro e 11 de novembro, em consequência das suspensões provisórias aplicadas aos dois corredores no período de 12 meses.

De acordo com a UCI, Venceslau Fernandes foi notificado a 7 de novembro de 2024 pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) devido a "anomalias injustificadas no seu passaporte biológico em 2023". Já o espanhol Delio Fernández havia sido suspenso pela federação internacional a 22 de julho.

A formação algarvia fez questão de reiterar a sua postura firme contra qualquer prática ilícita: "Qualquer ato que vá contra os regulamentos antidoping e contra os princípios do desporto limpo não têm qualquer apoio, conhecimento ou conivência da estrutura da nossa formação".

"A filosofia da nossa equipa é clara: tolerância zero perante o uso de substâncias ou métodos proibidos. [...] Lamentamos profundamente que estas situações individuais possam manchar o trabalho de décadas de um projeto que é referência no ciclismo nacional e internacional", recordando que esta é a equipa de ciclismo há mais anos em atividade em Portugal, fundada em 1979.

O comunicado acrescenta ainda que a equipa aguarda "serenamente a conclusão dos processos disciplinares em curso" e que, caso se confirmem "as violações nos anos em que estiveram ao serviço da equipa", o Clube de Ciclismo de Tavira avançará legalmente contra os atletas.