Luke Rowe revela choque das quedas vistas a partir do carro da equipa e explica como quer transformar a Decathlon

Ciclismo
sábado, 15 novembro 2025 a 22:00
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O primeiro ano de Luke Rowe como diretor desportivo da Decathlon AG2R La Mondiale tem sido muito mais intenso do que imaginava. O galês de 35 anos retirou-se no ano passado, encerrando uma carreira longa e sólida na qual representou apenas uma estrutura, a INEOS Grenadiers (antiga Team Sky).
Em entrevista recente ao Rouleur Live, Rowe admitiu que o maior choque desta nova fase foi ver quedas a partir do carro da equipa, uma experiência que o atingiu de forma profundamente pessoal.
“O pior de ser DD, e nunca pensei nisto enquanto corredor. Estás no carro, a conduzir… e ouves uma queda no rádio”, contou. “Pensas: ‘espero que não seja um dos nossos’, e se não ouves o teu nome, passas pela queda.”
A simplicidade brutal da situação marcou-o. “Qualquer corredor que caiu e não está gravemente magoado, está de pé, volta à bicicleta e, se a bicicleta estiver ok, segue. Portanto, quando passas pela queda, qualquer corredor que ainda ali esteja está magoado. E é do tipo: aquilo é o filho de alguém, o marido… quem quer que seja, pensas ‘coitado, está com dores a sério’.”
Rowe reconheceu que nada o preparou para o sofrimento que agora testemunha de perto, mesmo tendo vivido quedas semelhantes quando competia. “Nunca tinha pensado nisso e, à medida que vais a conduzir, vês homens feitos, com muitas dores, por vezes inconscientes, a sangrar, ossos partidos… essa é a parte lixada.”
O contraste com os altos de competição continua a impressioná-lo. “Quando estás a correr, fazer parte de vitórias é fantástico, é sucesso. Mas quando vês aquilo, pensas que é o ‘menino de alguém’ ali no chão em mau estado, e essa é a parte que eu detesto.”
Luke Rowe passou toda a carreira na INEOS, com duas vitórias como profissional
Luke Rowe passou toda a carreira na INEOS, com duas vitórias como profissional

Uma nova motivação: pôr fim a 34 anos de espera

Apesar do impacto emocional, Rowe encontrou motivação genuína no novo papel. Aquilo que o move agora não é sobreviver no pelotão, mas tentar levar a Decathlon AG2R La Mondiale a um marco histórico: conquistar o primeiro monumento da sua história.
“Não há dois dias iguais. Motiva-me mesmo. Estou muito focado na parte das Clássicas”, explicou. “A equipa existe há 34 anos e, nos cinco monumentos, os nossos melhores resultados são três segundos lugares e dois terceiros. Nunca ganhámos um monumento, mas isso é super motivador.”
Para Rowe, entrar num novo ambiente significou ganhar a possibilidade de ter um impacto mais profundo do que aquele que sente que teria mantendo-se na antiga casa. “Podia ter ido para outra equipa, ficar na Ineos… mas se pudesse juntar-me a esta equipa e fazer uma pequena, alguma diferença para alcançar coisas boas, e se ganhássemos um monumento após cinco pódios em 34 anos… para mim, isso é o que me tira da cama de manhã.”
Questionado sobre o que falta à Decathlon AG2R La Mondiale para finalmente vencer um monumento, Rowe respondeu sem rodeios. “Há uma longa lista. O material, o recrutamento é obviamente o maior”, sublinhou, antes de brincar: “Se pudéssemos contratar o Mathieu van der Poel amanhã, teríamos uma grande hipótese de ganhar um monumento. Mas esse é o caminho fácil e é o caminho caro.”
Em vez disso, defende um método progressivo e estruturado. “Para mim, é como se estivéssemos numa missão. Quando podemos alcançar isto? Como podemos alcançar isto? E vamos lá chegar, devagar.”
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