A edição de 2025 da Milan-Sanremo foi marcada por um duelo intenso entre Mathieu van der Poel, Tadej Pogacar e Filippo Ganna — um verdadeiro confronto de titãs desde a Cipressa até ao topo do Poggio. No final, foi o campeão mundial neerlandês quem levou a melhor, cruzando a meta em primeiro, com Pogacar a terminar em terceiro lugar.
O desempenho de Van der Poel não passou despercebido, nem mesmo a figuras históricas do ciclismo como Lance Armstrong. No seu podcast THE MOVE, o antigo vencedor da Volta a França não poupou elogios ao ciclista da Alpecin-Deceuninck.
“Mathieu van der Poel, ótimo”, começou Armstrong. “A expetativa era de que Pogacar vencesse a Milan-Sanremo. Mas quando ele lançou o ataque e deixou toda a gente para trás, parecia que Van der Poel ainda estava com os dedos no nariz. Viram a expressão dele naquele momento?”
Ao seu lado no podcast estava Johan Bruyneel, antigo diretor desportivo da US Postal, que respondeu com algum ceticismo à provocação do americano: “Mathieu também estava a pedalar no limite nesse momento”, respondeu o belga, sorrindo.
Ainda assim, Bruyneel reconheceu a força do neerlandês: “Pogacar atacou a três quilómetros do topo da Cipressa. Fez o que tinha de fazer — e repetiu no Poggio. Mas Van der Poel sobreviveu à Cipressa com Pogacar e, nesse momento, eu já tinha a certeza de que ele iria aguentar no Poggio.”
Armstrong também refletiu sobre a transformação da corrida ao longo dos últimos anos, sublinhando o impacto do estilo ofensivo de Pogacar:
“A Milan-Sanremo é hoje uma corrida completamente diferente do que era há 15 anos. Pogacar trouxe uma nova abordagem: atacar, recuperar, atacar novamente. Isso mudou a identidade da prova. Antes, tudo se decidia nos últimos 500 metros do Poggio. Hoje, a dinâmica é outra.”
Com cada edição, a Milan-Sanremo continua a evoluir — e Pogacar, mesmo sem vencer ainda, tem sido um dos principais responsáveis por essa mudança de paradigma. Em 2025, porém, Van der Poel voltou a mostrar que, em dias grandes, a sua capacidade de resposta está ao nível dos melhores da história.