Lenny Martinez chega à Volta a França com novas cores e ambições: "Essas diferenças são o que decide uma vitória"

Ciclismo
quarta-feira, 02 julho 2025 a 20:39
lennymartinez
Uma das maiores promessas do ciclismo francês, Lenny Martinez, está prestes a alinhar na Volta a França pela segunda vez na carreira. Com apenas 21 anos, o jovem da Bahrain-Victorious parte sem pressões nem ilusões quanto à classificação geral, apesar das expectativas que o rodeiam no seu país natal.
"Acho que há menos pressão do que no ano passado. Já o fiz uma vez, por isso agora sei o que esperar", explicou em declarações ao L'Équipe. "As pessoas fizeram do Tour algo aterrador, e sim, é uma corrida enorme, mas no final continua a ser apenas uma corrida de bicicleta." Com esta leveza, Martinez revela que a preparação foi mais minuciosa e específica, com foco em estágios de altitude e campos de treino direcionados para o Tour. “Recuperei bem desde o Dauphiné e estou em boa forma.”
Apesar de muitos o apontarem como um potencial sucessor de Bernard Hinault na luta pela Camisola Amarela, Martinez deixa claro que o seu foco em 2025 está noutro lugar. “O meu foco são as vitórias em etapas. Se as coisas correrem bem, talvez possa também começar a ganhar alguns pontos para a camisola das bolinhas, mas esse é definitivamente um objetivo secundário por agora”, afirmou. “Ainda não tenho como objetivo a classificação geral. É algo que poderei considerar no futuro, mas, neste momento, gosto mesmo é de ir atrás de etapas.”
Martinez sublinha a diferença entre lutar pela geral e vencer uma etapa. “Gosto de correr para a classificação geral, mas é uma sensação muito diferente. Ganhar uma etapa, a sensação que se tem na meta é indescritível. É uma loucura. E, de qualquer forma, não há qualquer hipótese de ganhar o Tour nesta fase da minha carreira, por isso não vejo grande interesse em vir aqui apenas para perseguir a classificação geral.”
Martinez fez a sua estreia na Volta a França em 2024
Martinez fez a sua estreia na Volta a França em 2024
O francês já identificou algumas jornadas no percurso deste ano que aguçam o seu apetite. “Gosto muito da etapa de Mûr-de-Bretagne, por exemplo. Também gosto das que terminam no Mont Ventoux e no Mont-Dore. Mas, sinceramente, se conseguir ganhar qualquer etapa, será fantástico”, disse. “O contrarrelógio em Peyragudes também, embora seja difícil bater os melhores. Penso que num dia bom, posso não ficar muito longe. Por isso, também vou tentar obter um bom resultado.”
O contexto de equipa também mudou significativamente em relação a 2024. Depois de uma estreia com a pressão acrescida de liderar uma equipa francesa, Martinez alinha agora numa estrutura internacional, o que, segundo ele, tem sido benéfico. “Fizemos muitas mudanças nos treinos nestes últimos meses. Passei todo o inverno a trabalhar os esforços explosivos com o meu treinador. Também senti que precisava de um novo ambiente. Estar numa equipa internacional, rodeado de ciclistas de todo o mundo, é realmente motivador. Gosto de mudar e isso tem-me feito bem.”
A transição de um perfil mais clássico de trepador para um ciclista com capacidade de finalização em grupos reduzidos é notória. “Depois de analisar os meus dados de treino, o meu treinador viu que eu tinha uma verdadeira aptidão para esforços curtos e precisos, e concentrámo-nos nisso. Também consigo lidar bem com as subidas longas, mas ele sentiu que era uma mais valia desenvolver esse meu lado mais forte”, explicou. “É um trunfo muito importante. Essas pequenas diferenças nos momentos finais são muitas vezes o que decide uma vitória quando se chega num grupo pequeno. Agora sinto-me muito mais confiante nessas situações.”
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