Entrevista - Steff Cras fala sobre a rivalidade entre Pogacar vs Vingegaard e comenta a polémica com a INEOS. "Não sei qual será o futuro da equipa"

Ciclismo
quarta-feira, 02 julho 2025 a 20:30
steffcras
Steff Cras é um corredor de etapas por excelência e vai participar na sua terceira Volta a França. Antes da corrida, confirmou ao CiclismoAtual a sua saída da TotalEnergies, a estranha situação em que o patrocinador da equipa se associou à INEOS Grenadiers, a rivalidade de Tadej Pogacar com Jonas Vingegaard na corrida, entre outros temas.
Para Cras esta será uma Grande Depart especial, tendo em conta que Lille fica apenas a uma curta distância de sua casa. "Acabei de chegar, não estou assim tão longe de casa. Foi uma viagem de apenas uma hora e meia, por isso foi um dia bastante descontraído", disse-nos Cras esta quarta-feira à tarde.
"Penso que vai haver muita gente e vai ser agitado de certeza. Os primeiros 10 dias serão diferentes da última Volta a França, onde o primeiro fim de semana foi difícil. Por isso este ano vai ser diferente". Resta saber se isso irá beneficiar o belga ou não, mas ele vai para o Tour com o objetivo de lutar pela classificação geral.
"Sim, acho que é como os outros rapazes também dizem. É ver o que acontece depois dos primeiros 10 dias e depois veremos em que ponto estamos. Por isso como eu já disse, não vou perder tempo de propósito nos primeiros 10 dias e depois veremos dia a dia. E se estiver fora da luta pela classificação geral, penso que é bom tentar ganhar etapas. Mas este ano também não há muitas etapas de montanha, por isso penso que as grandes etapas de montanha serão ganhas por, penso eu, quatro homens", acredita.
"Por isso, se precisarmos de ir a fundo, precisamos de quase seis ou sete minutos no inicio de uma subida. Acho que mantenho todas as opções em aberto no inicio". Foi o que aconteceu na edição de 2024 e, estando Pogacar e Vingegaard acima da concorrência, é provável que não deiam muita importância ao facto de ciclistas do Top-10 mais baixo entrarem em fugas na última semana, o que pode beneficiar ciclistas como Cras.
"Na verdade, ainda não falámos sobre a estrutura da corrida, sobre o programa, sobre o que vamos fazer. Penso que isso vai acontecer esta noite e depois sim, saberemos mais. Na verdade também esperaram muito tempo este ano para fazer a seleção para a corrida. Por isso, no final, é difícil concentrarmo-nos numa coisa só. A preparação para esta corrida, foi bastante diferente dos outros anos. Por isso, acho que estou um pouco menos stressado, como diria, nos últimos dois anos. Agora estou mais relaxado para ver o que está a acontecer".
O ciclista de 29 anos ganhou uma corrida como profissional pela primeira vez em maio na Volta ás Astúrias. Este facto fez uma diferença significativa na sua motivação para o Tour: "Sim, foi realmente especial. Já estava à espera disso há muito tempo. Por isso treina-se com mais moral para tentar ganhar a segunda. Acho que foi um grande alívio".
Outro factor de motivação para Cras é o seu futuro, que não passará pela TotalEnergies. "Nos últimos meses estivemos ocupados a falar com outras equipas e a ver o que seria o melhor para o meu futuro. Nas últimas semanas tomei uma decisão e chegámos a acordo com outra equipa", confirma. Há rumores de que esta poderá ser a Soudal - Quick-Step, embora Cras não tenha confirmado. "Sim, quero mesmo dizê-lo. Mas de momento não o posso fazer".
"Por isso, acho que o meu futuro já está definido. Não sei o que se irá passar com a equipa. Mas eu penso, que de certeza a Total vai patrocinar a equipa até ao próximo ano. Por isso, estamos todos à espera do que vai acontecer com a Total".
O patrocinador francês chegou a um acordo de patrocínio com a INEOS Grenadiers, algo que o belga não esperava, pelo que não sabe o que isso significará para o futuro da equipa. "Sim, acho que foi estranho vermos o nosso principal patrocinador mudar de equipa. E sim, eu também estava em fim de contrato".
Sobre a batalha entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard, Cras acredita que o esloveno está em clara vantagem: "Acho que vai ser difícil. Penso que será muito difícil vencê-lo (Pogacar). Além disso, como disse, como se viu no Dauphiné, penso que mesmo que ele (Vingegaard) consiga melhorar 5% ou algo do género, acho que ainda não será suficiente para bater o Pogacar. Penso que ele é o principal favorito. Acho que a sua forma ainda terá melhorado mais depois do Dauphiné. Por isso, penso que será difícil para Vingegaard vencê-lo".
No entanto, o belga diz que não se sente inclinado em copiar os métodos de treino da dupla. "Na verdade prefiro não olhar muito para os outros ciclistas ou concentrar-me demasiado neles. Por isso, limito-me a ver o que posso fazer e a concentrar-me no que faço. É a única coisa que posso fazer. Porque também, se eu olhar demasiado para os outros, será muito difícil pôr tudo na cabeça. Por isso, prefiro fazer apenas o que sei fazer e isso é suficiente para mim", concluiu.
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