Depois do sucesso logístico e simbólico da Grande Partenza da
Volta a Itália 2025 a partir da Albânia, começaram a surgir rumores sobre destinos ainda mais ousados para futuras edições da Corsa Rosa. Um deles, proposto pelo jornalista australiano Michael Tomalaris, aponta para a cidade de Perth, na Austrália Ocidental, como possível ponto de partida da edição de 2027. Mas para
Luke Plapp, a ideia é, pura e simplesmente, irrealista.
“Já vi isso, é impossível”, afirmou sem rodeios o ciclista australiano ao Cyclingnews. "Adoraria correr na Austrália, ter lá a família e os amigos seria incrível, mas acho muito difícil de acontecer".
Embora, em teoria, fosse possível realizar três etapas na Austrália e voar para Itália durante um dia de descanso, Plapp sublinha as enormes limitações logísticas e fisiológicas associadas à proposta. "Mesmo para mim, que viajo bastante, o jet lag demora quase uma semana a passar. Agora imaginem meter o pelotão todo num avião e pensar que no dia seguinte vão estar aptos para subir montanhas em Itália. É perigoso e não faz sentido".
Barreiras à Grande Partenza australiana:
- Distância extrema e mudança de fuso horário drástica (+8 a +10 horas)
- Jet lag difícil de recuperar em 24 ou 48h
- Necessidade de dois dias de descanso consecutivos, o que alteraria profundamente o formato tradicional das Grandes Voltas
- Falta de retorno económico imediato para organizadores, segundo Plapp: “O dinheiro da Austrália não vale o esforço, e não vai atrair multidões como em Itália”
Além disso, Plapp argumenta que a Austrália já tem a sua grande corrida internacional, o
Tour Down Under, que marca o início do calendário WorldTour em janeiro. Para ele, o foco deveria estar em tornar essa prova ainda mais atrativa e prestigiada, em vez de tentar importar outro evento.
"Para ser honesto, a maior corrida australiana já existe e é o Tour Down Under. Não precisamos de colocar outra prova lá. Tragam o Pogi, o Jonas e os outros a Down Under - isso será maior do que um Giro começar na Austrália".
Plapp ainda elogiou a vibração única que Adelaide oferece durante a prova de janeiro, defendendo que o ciclismo australiano deve continuar a apostar nessa identidade própria: "Não precisamos de mais nada. Basta tornar Down Under maior do que já é".