"Não é o Angliru, mas é um bom teste" Bruyneel e Martin sobre a 2ª etapa da Volta a Espanha e o aviso a Jonas Vingegaard

Jasper Philipsen começou a Volta a Espanha 2025 da melhor forma, conquistando a vitória na 1ª etapa com um triunfo seguro ao sprint em Novara. O belga voltou a confirmar o seu estatuto de sprinter dominante e vestiu a camisola vermelha logo no arranque da prova.

Na 2ª etapa, o pelotão deixa as estradas planas italianas e ruma diretamente aos Alpes, onde espera a primeira chegada em alto desta edição. Será um dos muitos finais em montanha previstos e o primeiro verdadeiro teste para os candidatos à classificação geral.

No podcast The Move, Johan Bruyneel e Spencer Martin analisaram a abertura da corrida e projetaram o que poderá acontecer no domingo. Entre os nomes apontados está Jonas Vingegaard, que surge como um dos principais favoritos a brilhar já nesta primeira chegada em alto.

Johan Bruyneel: "Foi mais ou menos o que esperávamos. Uma etapa completamente plana, uma fuga de cinco ou seis ciclistas que foram apanhados e um sprint em massa. Penso que foi muito evidente que o comboio de Philipsen estava muito à frente dos restantes. Fizeram uma largada perfeita e ele terminou-a com bastante autoridade".

Spencer: "Sim, notava-se que ele estava com vontade depois da queda no Tour. Foi impressionante. Mas também acho que o mais interessante é a forma como o ambiente muda em relação ao Tour".

Johan: Sem dúvida. Digo-o todos os anos: a Vuelta é muito menos stressante do que o Tour. No Tour toda a gente está nervosa, toda a gente quer estar na frente, há quedas, tensão. Aqui não. Os ciclistas estão mais relaxados, há menos pressão mediática, menos público na estrada e isso sente-se no pelotão".

Spencer: "Falemos de Philipsen. Com esta vitória, já tem 14 vitórias em grandes voltas, certo?"

Johan: "Exato, 14. É o terceiro no ativo, apenas atrás de Roglic e Pogacar. E também conseguiu algo especial: este ano ganhou a primeira etapa do Tour e a primeira etapa da Vuelta. O último a fazê-lo foi Cancellara, em 2009".

Spencer: "Inacreditável. E, por outro lado, bom resultado para Orluis Aular, terceiro, provando que o que ele fez no Giro não foi por acaso".

Johan: "Sim, sem dúvida. E não esqueçamos que a Cofidis, com Coquard em sétimo, ganha pontos muito importantes para o ranking do WorldTour. Esta batalha é muito renhida entre a Cofidis e a Uno-X e todos os pontos contam".

Spencer: "Hugo de la Calle, o campeão espanhol de sub-23, também estava na fuga. No final, foi o último a ser apanhado".

Johan: "É isso que as equipas convidadas costumam fazer, não é? Burgos-BH, Caja Rural... têm de procurar destaque desde o início. E bem, dá sempre uma boa imagem".

Spencer: "Vamos falar do que está para vir. Na segunda etapa temos uma meta alta, 10 km a 5,5%. Não é o Angliru, mas é um bom teste".

Johan: "Sim, é uma etapa curta mas difícil. Penso que vamos ver os favoritos bem colocados, mas não creio que haja grandes diferenças. Para mim, o grande candidato amanhã é Giulio Ciccone. Ele está em grande forma, ganhou em San Sebastian, também em Burgos, e este tipo de chegada é perfeito para ele".

Spencer: "Concordo. O meu dinheiro está no Ciccone, também. Ele pode vestir a vermelha amanhã".

Johan: "Exatamente. Não excluo Almeida ou Vingegaard se quiserem marcar território, mas a minha primeira escolha é Ciccone".