"Não me digam que isso é saudável" - Peiper questiona o estilo atacante de Van der Poel e Pogacar

Ciclismo
domingo, 10 agosto 2025 a 2:00
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Passou quase um mês desde que Mathieu van der Poel esteve a poucos metros de conseguir uma das vitórias mais dramáticas da Volta a França. Juntamente com o seu colega de equipa Jonas Rickaert, o holandês passou 170 quilómetros numa fuga de dois homens, antes de se lançar sozinho na fase final da corrida, para ser apanhado nos últimos metros pelo pelotão. Van der Poel já tinha conquistado uma vitória de etapa no início da prova e vestido a camisola amarela, mas uma pneumonia obrigou-o a abandonar no início da terceira semana.
Para Allan Peiper, a prova foi um espetáculo, mas também um exemplo de como as corridas de hoje levam os ciclistas a extremos. Há cerca de seis anos, o Mathieu atacou de longe na Kuurne-Brussels-Kuurne. Na altura, toda a gente pensou: 'oh meu Deus, mas agora é comum os ciclistas de topo fazerem-no?' No ano passado, Tadej terminou o Campeonato do Mundo de rastos por causa disso. A questão é: até que ponto isso é bom ou mau para esses ciclistas?
"Olha, o Mathieu fez uma etapa fantástica com o Jonas Rickaert. Atacou a 180 quilómetros do fim e foi apanhado a 500 metros do fim. Mas provavelmente fez toda a corrida com um ritmo cardíaco de 180. Não me digam que isso é saudável. A questão é: porquê? Imagino que esse tipo de esforço force o corpo ainda mais do que levá-lo ao seu limite uma vez. O Mathieu foi para casa uma semana depois. Será que isso teve alguma influência?"
Peiper também chamou a atenção para a tensão mental e emocional ao mais alto nível. Citando o recente Tour de Tadej Pogacar, fez eco da observação de Tim Wellens de que a última semana se tinha tornado mais trabalho do que alegria para o esloveno. "Se o Tadej já não gosta, desiste", disse Peiper, salientando o constante escrutínio que os ciclistas de topo enfrentam.
"Troquei algumas mensagens com ele para lhe perguntar se estava bem. Um ciclista da sua estatura está sob enorme pressão. Toda a gente está sempre a filmar tudo o que se faz, e isso pode ser retirado do contexto. Se ele quisesse fingir ser o tipo simpático, isso já se teria revelado. É isso mesmo que ele é".
As exigências vão para além da própria corrida. "Quando se está no ar condicionado frio todos os dias, quando se chega sempre tarde ao hotel, quando se tem de falar com a imprensa todos os dias... Depois da chegada a La Plagne, alguém da ASO cruza-se com ele e, mesmo aí, quando está completamente exausto, mantém o equilíbrio emocional. Mas foi preciso uma enorme quantidade de energia da parte dele".
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