A relação entre o antigo ciclista dinamarquês e diretor desportivo
Brian Holm e o lendário sprinter britânico
Mark Cavendish tem sido caracterizada por uma mistura de tensão, reconciliações e longos períodos de silêncio. No mais recente episódio do podcast 'Café Eddy', Holm revelou que após mais de três anos sem contacto, recebeu uma chamada inesperada de Cavendish, que poderá assinalar uma nova fase na sua complexa amizade. "Não falava com Cavendish há três anos e meio. Havia más vibrações, como se costuma dizer. E um dia quando chego a casa, vejo que tenho duas chamadas não atendidas dele. Olhei para ele e pensei: 'Seu idiota'", relatou Holm, rindo.
A amizade entre os dois remonta a 2007, quando Cavendish, ainda jovem e com alguns quilos a mais, se juntou à Team T-Mobile, então liderada por Holm como diretor desportivo. Desde então, ambos partilharam momentos decisivos nas suas carreiras, especialmente durante os períodos na Quick-Step entre 2013-2015 e novamente em 2021-2022.
Apesar das conquistas, a relação nem sempre foi harmoniosa. Holm admitiu que as discussões foram recorrentes: "Tivemos muitas e muitas discussões. Mesmo durante o Giro. O Cavendish deixou-me momentaneamente de fora como seu padrinho de casamento", revelou.
Mark Cavendish é uma das maiores lendas da história do ciclismo.
Este último conflito, ao contrário de outros desentendimentos resolvidos em poucos meses, prolongou-se por mais de três anos. "Normalmente, demoramos meio ano a fazer as pazes. Desta vez, batemos o recorde", confessou Holm, acrescentando que chegou a descartar Cavendish como amigo.
O inesperado telefonema de Cavendish mudou o rumo da relação. "Escrevi-lhe: 'Estás a telefonar para me insultar ou quê?' Então telefonei-lhe e falámos durante uma hora", explicou Holm. Após a conversa, Cavendish contou ao agente Joona Laukka ( dos dois ed.) que, na realidade, foi ele quem telefonou primeiro, provocando mais uma gargalhada de Holm.
Apesar dos conflitos, o respeito profissional entre os dois permanece sólido. Cavendish descreveu várias vezes Holm como o seu "melhor amigo", reconhecendo a importância do dinamarquês na sua carreira. "Foi um prazer trabalhar com ele, mas também foi um trabalho muito duro. Mas não o foi de uma forma negativa. Fazia parte do nosso trabalho como diretores desportivos", disse Holm numa entrevista à Ritzau em 2023.