"Não podia ser diferente" - Dinamarca vai ao Campeonato do Mundo exclusivamente para a provas de estrada de Elites masculinos

Já desde 2024 se sabia que a Dinamarca, tal como outras grandes potências do ciclismo europeu, não iria aproveitar todas as vagas disponíveis para os Campeonatos do Mundo no Ruanda. Para além de abdicar das participações nos escalões de juniores e sub-23, a Danmarks Cykle Union (DCU) confirmou agora que também não inscreverá corredores nas provas de contrarrelógio de elite. Assim, as camisolas vermelhas e brancas só estarão presentes nas corridas de estrada, onde o país espera ainda sair com pontos e protagonismo.

“É evidente que é uma pena não estarmos em condições de alinhar nos Mundiais nas provas individuais”, admitiu o diretor de elite da DCU, Morten Bennekou. “Mas consideramos que é uma decisão correta e necessária, tendo em conta que a competição decorre noutro continente. Acresce ainda o facto de o Mundial e o Europeu deste ano serem praticamente colados no calendário, mas disputados em continentes diferentes.”

Dinamarca, Holanda, Bélgica e Itália estão entre as seleções que optaram por viajar com equipas mais reduzidas, privilegiando o Campeonato da Europa de Ardèche, que se realiza apenas uma semana depois de Kigali. No setor júnior, a aposta recairá em Noah Lindholm Moller Andersen, atual líder do ranking mundial júnior da FirstCycling, que poderá beneficiar por chegar fresco à prova, evitando a longa viagem a África.

“Estas circunstâncias criaram dificuldades logísticas e desportivas que nos levaram a concentrar todos os esforços no Europeu, preparando depois o Mundial apenas da forma que fizer sentido do ponto de vista competitivo”, reforçou Bennekou.

Ainda assim, os dinamarqueses não estarão de mãos vazias em Kigali. A grande esperança recai sobre Jonas Vingegaard, bicampeão da Volta a França, que fará a sua estreia em Campeonatos do Mundo. O real peso da sua candidatura ficará mais claro na Volta a Espanha, onde o líder da Team Visma | Lease a Bike surge como um dos grandes favoritos.

O selecionador nacional Michael Morkov não escondeu a frustração: “Como selecionador, estou extremamente desiludido por não podermos competir em uma das duas disciplinas do Mundial, que é o ponto alto da temporada. Mas este ano não podia ser diferente. O lado positivo é que, pelo oitavo ano consecutivo, qualificámos uma seleção completa de oito corredores para a prova de estrada de elite. Estou confiante de que levaremos uma equipa forte capaz de lutar pelo ouro.”