O 2009 de Alberto Contador - uma vitória na Volta a França e uma rivalidade com Armstrong que deixou marca para as gerações futuras

Em 2009, Alberto Contador já era um dos melhores ciclistas do mundo e o principal candidato em cada Grande Volta que disputava. Tinha acabado de vencer a sua primeira Volta a França em 2007 e assinara um 2008 muito bem-sucedido, com triunfos na Volta a Itália e na Volta a Espanha, completando a tripla coroa aos 25 anos, algo incrivelmente raro na altura no ciclismo.

A sua equipa em 2008, a Astana, não foi convidada para o Tour... Como respondeu o corredor de Pinto? Ganhando o Giro e a Vuelta no mesmo ano.

2009 não foi a sua época mais preenchida, mas sempre que competiu, venceu ou terminou entre os melhores. Iniciou a temporada na Volta ao Algarve, foi segundo no Alto do Malhão atrás de um surpreendente Antonio Colom, e venceu o contrarrelógio, que lhe garantiu o triunfo final.

Na Paris-Nice, começou por ganhar o contrarrelógio inaugural. Venceu também em La Montagne de Lure, mas um dia mau em Fayence custou-lhe a liderança. Apesar do segundo lugar na etapa final, só conseguiu ser quarto na geral. Foi ultrapassado por Luis León Sánchez, Frank Schleck e Sylvain Chavanel, antes de encerrar março na Vuelta a Castilla y León.

Aí, foi segundo no contrarrelógio, que determinou a sua classificação geral. Conseguiu terminar no top-11 nas três últimas etapas, mas não foi suficiente para superar o seu então colega de equipa, Levi Leipheimer. As coisas correram-lhe bem melhor na Volta ao País Basco, onde venceu duas etapas e a classificação geral.

Triunfou em Arrate no País Basco e no contrarrelógio final em Zalla, venceu a geral, foi segundo na classificação por pontos atrás de Samuel Sánchez e oitavo na luta pela camisola da montanha. No Critérium du Dauphiné Libéré, foi 2º e 5º nos contrarrelógios, 8º no Mont Ventoux e 6º em Saint-François Longchamp.

Estes resultados valeram-lhe o 2º lugar na classificação por pontos, atrás de Cadel Evans, e o 3º lugar na geral, partilhando o pódio com o vencedor Alejandro Valverde e o próprio Evans. Para completar a preparação para o Tour, conquistou o seu primeiro e único título de Campeão Nacional de Contrarrelógio de Espanha, batendo verdadeiros especialistas do país como Luisle e Rubén Plaza, entre outros.

No Tour, começou com um segundo lugar no contrarrelógio do Mónaco e nunca saiu do top-4 da classificação geral provisória. Venceu o contrarrelógio por equipas em Montpellier com a Astana e teve uma segunda semana relativamente tranquila, que fechou com vitória em Verbier, onde os seus valores de potência superaram qualquer outra prestação nesse período. Na terceira semana, foi segundo em Le Grand Bornand, atrás de Frank Schleck e à frente de Andy, e venceu o contrarrelógio de Annecy.

Como se não bastasse, foi quarto no Mont Ventoux, apenas atrás de Juanma Gárate, Tony Martin e Andy Schleck na última chegada em alta montanha. Foi o suficiente para conquistar o seu segundo Tour, frente ao seu grande e memorável rival Andy Schleck; e perante Lance Armstrong que, apesar de ser seu colega de equipa, tinha ambições individuais muito claras na Grande Boucle.