Geraint Thomas e Luke Rowe dividem-se: Pogacar venceria o Tour com equipamento antigo?

Ciclismo
domingo, 02 novembro 2025 a 8:00
Tadej Pogacar
No mais recente episódio do podcast Watts Occurring, os antigos colegas de equipa da INEOS Grenadiers, Geraint Thomas e Luke Rowe, mergulharam num tema cada vez mais pertinente no ciclismo moderno: a influência da tecnologia na performance dos ciclistas de topo. A conversa, descontraída mas provocadora, começou com uma pergunta simples de Thomas:
“Que diferença fazem as bicicletas modernas? Será que o Pogi consegue ganhar com uma bicicleta antiga?”
A questão rapidamente se transformou num debate sobre o progresso tecnológico e até onde este influencia o sucesso dos maiores nomes do pelotão. O nome em destaque, inevitavelmente, foi Tadej Pogacar, o dominador das Grandes Voltas da atualidade.

Rowe: “Os avanços são enormes. Nem de há cinco anos ele ganharia”

Luke Rowe foi o primeiro a responder e não deixou margem para dúvidas sobre o impacto da evolução das bicicletas.
“Há uma enorme diferença entre a bicicleta com que ganhámos o Tour e a bicicleta com que o Pogi ganhou o Tour. Os avanços que as bicicletas registaram nos últimos cinco a oito anos são enormes. O Pogi não ganharia com uma bicicleta de há dez anos, nem mesmo de há cinco anos.”
O galês sublinhou que as melhorias aerodinâmicas, na rigidez do quadro e na eficiência da transmissão criaram uma diferença difícil de quantificar, mas evidente no rendimento. Segundo Rowe, a tecnologia atual permite sustentar o esforço e a recuperação durante três semanas de corrida, algo que, no passado, era mais condicionado pela resistência física pura.

Thomas: “O Pogi é tão bom que ainda assim faria a diferença”

Geraint Thomas, vencedor da Volta a França de 2018, tentou introduzir nuance ao debate, questionando até que ponto a superioridade natural de Pogacar compensaria o uso de equipamento mais antigo.
“A vantagem do Pogi sobre o resto do pelotão é tão grande que acho que ele ainda conseguiria ganhar. Seria um campo de jogo mais nivelado.”
Thomas defendeu que, embora a tecnologia seja um fator determinante, os melhores ciclistas continuam a distinguir-se pelo talento, pela leitura de corrida e pela capacidade mental, características que a evolução mecânica não substitui.

Rowe: “A acumulação de 21 dias quebrá-lo-ia”

Rowe manteve a sua posição, insistindo que a resistência ao longo de uma Grande Volta é o ponto onde o equipamento moderno faz mais diferença.
“Só a acumulação de 21 dias seria suficiente para o quebrar”, afirmou.
Thomas acabou por concordar parcialmente, admitindo que a desvantagem tecnológica seria fatal contra o rival direto de Pogacar.
“Não, acho que ele não ganharia o Tour contra o Jonas se tivesse um equipamento velho como esse”, disse, referindo-se a Jonas Vingegaard.

“A tecnologia avançou demasiado”

No fecho da conversa, Rowe reforçou o seu ponto de forma categórica.
“Quanto mais se pensa no assunto, não há hipótese. A tecnologia avançou demasiado.”
Ambos os ex-profissionais reconheceram que o ciclismo moderno está dependente de avanços técnicos, desde as bicicletas e os medidores de potência até ao vestuário aerodinâmico e às estratégias baseadas em dados. Se há uma década a diferença entre ciclistas fazia-se sobretudo nas pernas, hoje o desporto é cada vez mais uma fusão entre performance humana e engenharia de precisão.
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