"O mais importante, como sempre disse, é a minha evolução" Paul Seixas mantém estreia na Volta a França em aberto

A pergunta que muitos em França fazem sobre Paul Seixas é se ele vai ou não à Volta a França este ano. Os sinais apontam para sim, mas a decisão ainda não está tomada. Muito provavelmente só chegará no verão, com a Decathlon AG2R La Mondiale a procurar desenvolver o jovem de 19 anos da melhor forma possível.

“Vê-se a equipa a crescer ano após ano e, francamente, é um orgulho fazer parte dela, ser um dos líderes desta equipa, e isso dá vontade de dar tudo por mais uma época”, partilhou Seixas ao Cyclism'Actu. Seixas tem contrato até 2027 e, com os resultados e o potencial que tem mostrado, há pressão sobre a equipa francesa para lhe dar o melhor estatuto possível e manter o jovem satisfeito.

Pode tratar-se de um talento francês geracional e, depois de o terem moldado nos últimos anos nas camadas de desenvolvimento, se o desejo de fazer o Tour já este ano existir, é provável que aconteça.

“Como disse, o meu sonho é correr a Volta a França, mas se será este ano ou não dependerá sobretudo de valer a pena fazê-la já”, argumenta. “Acho que, claro, há tempo para o Tour, porque sei que o farei um dia, mas o mais importante, como sempre disse, é a minha progressão e, se isso significar fazer outra coisa, então significará fazer outra coisa”.

É bastante possível que a decisão já esteja tomada, mas não anunciada, para aliviar a pressão e a atenção sobre os seus ombros. Felix Gall deverá rumar à Volta a Itália após priorizar a Volta a França três anos seguidos, o que abre mais espaço para a presença de Seixas. A equipa deverá ter Olav Kooij como sprinter principal, enquanto o restante bloco poderá focar-se em vitórias de etapa. Matthew Ricittello é uma possibilidade para a luta pela geral, ao passo que Seixas poderá ter liberdade, sem a pressão de render na classificação geral nem de concentrar a atenção e a responsabilidade da equipa nos seus ombros.

Quanto a Seixas, inicia a época na Volta ao Algarve e depois corre a Clássica Faun-Ardèche e a Strade Bianche para abrir a temporada. Mais tarde, na primavera, tem no calendário a Volta ao País Basco, a Flèche Wallonne e a Liege-Bastogne-Liege. Para o verão ainda não há decisões.

“O início de época já está planeado com a Strade Bianche, que é muito importante para mim, e depois a Liège-Bastogne-Liège também, e as corridas por etapas. Depois há o fim da época, com, espero, o Campeonato do Mundo no Canadá e a Il Lombardia como este ano”, aponta.

Porém, acabado de completar 19 anos e catapultado para a ribalta com vitórias no Tour de l’Avenir, pódio no Campeonato da Europa e outros resultados fortes, é importante manter os pés no chão e não se deixar levar pelas expectativas.

“Continuo focado na minha progressão, como disse, e, bem, a divertir-me na bicicleta: no fim de contas, tive a sorte de viver o meu sonho, e isso é o mais importante, é mesmo desfrutar na bicicleta, é assim que o desempenho aparece. Por agora, continuo os estudos e, bem, não é fácil todos os dias, mas é preciso perseverar sempre, como na vida: nunca desistir e manter o foco nos objetivos”, concluiu.