Foi apresentada esta quarta-feira a edição número 85 da
Volta a Portugal, nomeadamente o percurso e as equipas que vão alinhar na corrida. A "Grandíssima" está marcada para entre os dias 24 de julho e 4 de agosto, com 5 chegadas em alto, 4 oportunidades para os sprinters ou para uma fuga e ainda dois contrarrelógios a abrir e a fechar a corrida.
O PERCURSO
A Volta a Portugal arranca na cidade de Águeda, casa da
Sabgal - Anicolor Cycling Team, com um prólogo de 5,6 km, uma distância que ainda permite criar algumas diferenças interessantes, mas não decisivas, com o destaque do dia a ir para a coroação do primeiro camisola amarela da corrida.
Prólogo: Águeda - Águeda, 5,6 km (CRI) - Imagem: Volta a Portugal
1ª etapa em linha, 1ª chegada em alto da Volta. 158,2 quilómetros a ligar Sangalhos a Miranda do Corvo, com a meta no alto do Observatório Vila Nova, uma contagem diabólica de 1ª categoria. Com 9,9 quilómetros e 8,3% de pendente média, é talvez mais dura que a própria Senhora da Graça. Que o diga Mauricio Moreira que passou dificuldades nesta subida em 2022 e perdeu a camisola para o colega de equipa, Frederico Figueiredo, que levantou os braços nesse dia.
Mas as dificuldades do dia não começam aqui. Com alto a 14,7 km da subida final, o pelotão enfrenta a subida de Senhor da Serra, uma contagem de segunda categoria, fazendo deste o primeiro dia decisivo da Volta a Portugal.
1.ª Etapa: Sangalhos - Observatório de Vila Nova , 158,2 km
A 2ª etapa é uma autêntica "panqueca", a ligar Santarém a Lisboa (mais concretamente a Marvila), com 164,5 quilómetros de extensão, para celebrar os 50 anos de 25 de abril (Salgueiro Maia liderou uma coluna militar que rumou de Santarém até Lisboa, na Revolução dos Cravos). O dia é quase todo plano, com apenas uma contagem de 4ª categoria. É a primeira e a maior oportunidade para os sprinters, sobretudo para aqueles que não aguentam tão bem as subidas.
2.ª Etapa: Santarém - Lisboa, 164,5 km (Imagem: Volta a Portugal)
A terceira jornada começa no Alentejo e acaba na mítica subida ao alto da Torre. Os ciclistas arrancam na vila do Crato (que faz a estreia absoluta no percurso da Volta a Portugal) e seguem até ao topo da contagem de categoria especial. São 20,2 quilómetros de subida, com passagem pelas Penhas da Saúde. Não é a única subida do dia, mas é de longe a mais dura.
3.ª Etapa: Crato - Torre, 161,2 km (Imagem: Volta a Portugal)
Quinto dia de competição, 4ª etapa em linha e o 3º teste montanhoso para os homens da geral. 164,5 km com partida em Sabugal e chegada a Guarda, com quatro contagens de montanha nos últimos 40 km da etapa, em que o destaque vai para a dupla passagem pela meta, numa subida de terceira categoria que acaba em paralelo. Um dia perfeito para a fuga, mas que também pode servir para ataques entre os favoritos, como foi o caso da edição de 2023, em que Artem Nych não ganhou a etapa, mas tirou a camisola amarela a Delio Fernández.
4.ª Etapa: Sabugal - Guarda, 164,5 km (Imagem: Volta a Portugal)
Segue-se o dia de descanso,
no qual se realiza a famosa "Etapa da Volta" e a seguir chega finalmente a segunda hipótese para os sprinters na Volta. Com início em Penedono, localidade que também faz a estreia na "Grandíssima" e final em Bragança, o dia não é plano, de forma alguma. A maior parte é feita a bem mais de 500 metros de altitude, com 3 contagens de montanha, incluindo uma de 2ª categoria. Mas a última subida do dia é uma 4ª categoria que acaba a pouco menos de 40 km do final, pelo que não será um dia para os homens da geral e não será de esperar que as equipas dos sprinters deixem a fuga vingar. Ainda assim, não é um dia fácil, sobretudo para um sprinter puro.
5.ª Etapa: Penedono - Bragança, 176,8 km (Imagem: Volta a Portugal)
A 6ª etapa pode ser interessante para os candidatos à geral. 169,1 km a ligar Bragança a Boticas, o dia conta com cinco contagens de montanha, duas das quais nos últimos 30 quilómetros: Pinho, de 3ª categoria e Torneiros, de 1ª. É esta última que pode causar estragos mais sérios com 4,7 quilómetros a 8,8 por cento de inclinação média. A subida acaba a 17 quilómetros do fim, com a etapa a acabar em descida. É um dia que pode sorrir aos puncheurs no pelotão ou então a uma fuga.
6.ª Etapa: Bragança - Boticas, 169,1 km (Imagem: Volta a Portugal)
Seguem-se dois dias com as duas últimas oportunidades para os sprinters. A 7ª etapa entre Felgueiras e Paredes conta com três contagens de montanha nos últimos 40 quilómetros: Gandra (4ª categoria), Vandoma (2ª categoria) e Baltar (4ª categoria). As subidas podem encorajar algum ataque mais ousado e dificultar a vida às equipas dos homens rápidos, mas é um dia que não lhes deve escapar. Ainda assim, os sprinters que lidem menos bem com o terreno acidentado dificilmente disputam a vitória nesta etapa.
7.ª Etapa: Felgueiras - Paredes, 160,4 km (Imagem: Volta a Portugal)
A 8ª jornada entre Viana do Castelo e Fafe não deve ter grandes surpresas, ainda que a subida de 4ª categoria, em Goiães, possa ser traiçoeira. É o dia mais longo desta edição da Volta a Portugal com 182,4 quilómetros e deve terminar com uma chegada ao sprint.
8.ª Etapa: Viana do Castelo - Fafe, 182,4 km (Imagem: Volta a Portugal)
Depois chega o fim de semana de todas as decisões! A penúltima etapa da Volta começa na cidade da Maia e percorre 170,8 km até chegar ao alto da Senhora da Graça, uma das subidas míticas da "Grandíssima", com 8,4 km a 7,5% de pendente média. A dificuldade desta contagem de 1ª categoria aumenta em função das subidas que a antecedem. Nos últimos 100 km do dia, o pelotão enfrenta a Serra do Marão (1ª categoria com 21,5 km), o Valão (4ª categoria com 5,5 km) e o Barreiro (1ª categoria com 8,2 km), pelo que não é de esperar que a ação fique reservada para a subida final, com os trepadores a terem a última oportunidade, não apenas de ganhar uma etapa, mas de se proteger dos contrarrelogistas.
9.ª Etapa: Maia - Senhora da Graça, 170,8 km (Imagem: Volta a Portugal)
Isto porque a última etapa da 85ª edição da Volta a Portugal é um contrarrelógio individual, de 26,6 km, o mais longo da "Grandíssima", desde 2016. É a etapa onde tudo ficará em pratos limpos e que coloca um grande peso em cima dos homens da geral, ainda antes da corrida, nomeadamente naqueles que não são tão fortes no esforço individual.
10.ª Etapa: Viseu - Viseu, 26,6 km (CRI) (Imagem: Volta a Portugal)
O PELOTÃO
Um destes nomes é
Colin Stüssi. O ciclista suíço é o campeão em título da Volta a Portugal e é claramente melhor na montanha do que no contrarrelógio. No evento de apresentação da Volta, Joaquim Gomes, Diretor da Volta,
confirmou a presença do corredor de 32 anos ao site da prova. Stüssi lidera a Team Voralberg, na Volta à Áustria, durante esta semana.
Também Txomin Juaristi, segundo classificado da edição de 2023, deverá estar presente. O basco é bom nos contrarrelógios pelo que é um grande candidato à vitória final, assim como Mauricio Moreira, vencedor em 2022, que parece ter reencontrado a sua melhor forma este ano e será líder (pelo menos um dos líderes) da Sabgal - Anicolor Cycling Team.
17 equipas vão correr pelas estradas portuguesas, nomeadamente as 4 ProTeams espanholas: Caja Rural-Seguros RGA, Burgos-BH, Equipo Kern Pharma e Euskaltel-Euskadi.
Já entre as continentais constam quatro estrangeiras e as nove portuguesas. Destaque para Project Echelon Racing que conta com o americano Scott Mcgill nas fileiras. Desta forma, é muito provável que os últimos 4 vencedores da classificação por pontos da "Grandíssima" estejam presentes em Águeda, no fim de julho (Luís Gomes em 2020, Rafael Reis em 2021, Scott Mcgill em 2022 e Daniel Babor em 2023).
As equipas continentais são as seguintes:
Team Vorarlberg, Project Echelon Racing, Petrolike e a
Parkhotel Valkenburg, ABTF Betão-Feirense, AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense, Aviludo-Louletano-Loulé Concelho, Credibom-LA Alumínios-Marcos Car, Efapel Cycling, Gi Group Holding-Simoldes-UDO, Rádio Popular-Paredes-Boavista, Sabgal-Anicolor Cycling Team e a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua.