Quem estará ao lado de Tadej Pogacar na Volta a França? Metade do alinhamento da UAE Team Emirates previsto para a corrida está lesionado

Nos últimos meses assistimos a duas quedas massivas no pelotão que dizimaram muitas equipas, levando muitos ciclistas para o hospital ou obrigando-os a parar para recuperarem das mazelas que as quedas causaram. Foi assim na Volta ao País Basco e voltou a acontecer na Critérium du Dauphiné. A queda mais recente, a semana passada na Dauphiné, fez com que cerca de meio pelotão fosse ao chão quando o pelotão fazia uma descida em estradas que eram um autentico pantano de gelo. A UAE Team Emirates viu 6 dos seus 7 ciclistas caírem, só Marc Soler escapou ileso, sendo Juan Ayuso o homem que ficou em pior estado, tendo Adrian Rotunno, médico da equipa confirmado que "Ele caiu sobre o quadril esquerdo, cotovelo, joelho e tornozelo", confirmando depois "Não tem nenhuma concussão ou lesão na coluna. Ele vai estar dorido e com dores nos próximos três ou quatro dias."

Ayuso é um dos homens que está na lista de nomes do alinhamento da Volta a França para apoiar Tadej Pogacar a recuperar a Camisola Amarela que lhe escapou nas duas ultimas edições da corrida francesa, mas ele não foi a unica vitima da queda que também fazem parte da equipa dos Emirados Árabes Unidos que foram ao chão e que deixam algumas preocupações ao staff tecnico: Tim Wellens e Nils Politt, dois nomes que fazem parte do alinhamento inicial da equipa para o Tour também se viram envolvidos e abandonaram a corrida. Dos homens que estarão ao lado de Tadej Pogacar na Grande Partida de Florença, só Marc Soler escapou. Mas a corrida francesa não terminou sem que a UAE visse outro dos seus homens meter o pé no chão e abandonasse a corrida. Na ultima etapa, Pavel Sivakov desistia a meio da etapa e para nós tentarmos adivinhar ou perceber o que levou o trepador de 26 anos a não terminar a etapa serão tudo meras especulações. A equipa não emitiu nenhum comunicado nem deu nenhuma informação sobre o que levou Sivakov a abandonar, mas as especulações vão todas no sentido de estar relacionado com mazelas que tenha proporcionadas pela queda da... 5ª etapa. Sivakov terá aguentado, embora a equipa já não tivesse pretensões à Geral, mas possivelmente para não agravar alguma mazela que tenha, terá ele (ou a equipa .ed) decidido resguardar-se para os objectivos que têm no futuro. A Dauphiné estava "perdida" e de nada valeria manter o corredor que não estaria a 100%, numa etapa dura, a sofrer sem necessidade.

A Volta a França aproxima-se a um ritmo alucinante (29 de junho) e do alinhamento previsto para estar presente ao lado de Tadej Pogacar ainda temos 2 homens em acção neste momento. São eles João Almeida e Adam Yates. Tanto João como Yates têm pela frente uma corrida de 8 dias na Volta à Suíça, numa preparação para a Grande Partida diferente dos restantes companheiros, vieram recentemente de um estágio de altitude, e se nada de anormal acontecer poderão estar presentes em Florença. Nos dias que correm nem com uma bola de cristal podemos fazer uma previsão de que os homens que estão na Suíça sairão de lá sem mazelas. Vejamos o mexicano Isaac del Toro, que no seu esforço individual de ontem, numa zona do percurso que já não era tão técnica como nos quilometros anteriores, onde o risco era elevado, abordou uma curva de forma errada e caiu a 60 km/h já dentro do ultimo quilometro da etapa. Felizmente poderá continuar na corrida, mas não deve ter tido uma boa noite de sono de certeza absoluta.

De uma forma realista, neste momento só Ayuso preocupará. Não irá impedir o espanhol de estar na partida da Grand Boucle, mas certamente que nesta altura irá abrandar o ritmo da sua preparação para a corrida. Mas com tantos homens do alinhamento previsto para a Volta à França em stand by neste momento, os suplentes da equipa deverão estar em estado de alerta máximo. Caso Sivakov e Ayuso não recuperem, por algum motivo, a UAE Team Emirates deverá chamar dois trepadores e aí teremos Rafal Majka e Brandon McNulty como principais candidatos. Majka porque fez a Volta a Itália ao lado de Pogacar e McNulty para ganhar pontos UCI.

Nos casos de Tim Wellens e Nils Pollit podemos pôr dois nomes em cima da mesa. Para Wellens, Marc Hirschi e para Pollit, Mikel Bjerg. Ainda têm um nome bastante válido que poderá estar na Volta a França e de quem pouco se fala. Diego Ulissi.

Neste momento todos os cenários estão em cima da mesa e todos os cenários serão possiveis.

Quando assistimos a uma onda de lesões na Team Visma | Lease a Bike de Jonas Vingeggard, vencedor das duas ultimas edições da Volta à França, que levam a equipa a fazer uma ginástica enorme para poder apresentar um alinhamento forte e competitivo para a corrida, mesmo sem a certeza de que o seu líder possa estar recuperado e presente à partida ( jogos mentais, pois é lógico que estará) e se estiver, qual a forma física que apresentará... Quando vimos que na recente Critérium du Dauphiné, Remco Evenepoel e Primoz Roglic estão para já em patamares de preparação diferentes, mas que e ao mesmo tempo, Roglic não estará assim tão bem como aparentava até à ultima etapa... poderemos tirar daqui uma pequena ilação. A queda na Volta ao País Basco vai indubitavelmente marcar o ano de 2024. E quem retirará benefícios disso será muito provavelmente o homem que arriscou este ano igualar o feito conseguido pela ultima vez por Marco Pantani, ganhando a Volta a Itália e a Volta a França no mesmo ano: Tadej Pogacar.