"Os media podem estar a exagerar" - Colega de equipa pede paciência perante a euforia mediática em torno de Paul Seixas

Ciclismo
sábado, 13 dezembro 2025 a 22:00
seixas
Enquanto o ciclismo francês procura a sua próxima estrela de referência, poucos nomes geram mais ruído do que Paul Seixas. Mas dentro do pelotão, o tom é mais sereno.
Em declarações ao Cyclism'Actu, Aurelien Paret Peintre ofereceu uma perspetiva ponderada sobre a crescente onda em torno do jovem colega de equipa, elogiando o talento e sublinhando a importância do tempo e da paciência.
“Os média estão a exagerar… não sei,” disse Paret Peintre. “Ele continua a ser um tipo com um talento excecional”.
Paul Seixas
O mais velho dos "Paret-Peintre" esteve ao lado de Seixas em corridas como o Dauphiné ou o Campeonato da Europa, onde o jovem talento brilhou
É uma avaliação vincada vinda de um corredor que viu várias gerações passarem pelo sistema francês e que hoje é um dos últimos elos com uma era anterior dentro da equipa.

Talento excecional, mas ainda é preciso tempo

Seixas irrompeu para a ribalta na última época com desempenhos que o colocaram de imediato entre os jovens mais discutidos do WorldTour. Paret Peintre não desvaloriza esse impacto, antes destaca quão invulgar é a maturidade precoce de Seixas.
“Fazer o que ele fez aos 19 anos no ano passado, não há muito a criticar na sua maturidade física”, afirmou. “Já está no topo após apenas um ano como profissional, por isso é preciso dar-lhe tempo”.
Em vez de apresentar Seixas como um produto acabado, Paret Peintre voltou repetidamente à ideia de um desenvolvimento a longo prazo. O talento é evidente, mas o percurso de carreira permanece em aberto.
“Ele já tem qualidades enormes para fazer grandes coisas”, acrescentou. “Depois logo veremos, a carreira ainda é longa, mas por agora aponta claramente para coisas muito boas”.

Uma equipa em transformação e um papel em mudança

As declarações de Paret Peintre surgem numa altura em que a sua equipa continua a evoluir, em estrutura e ambição. Depois de anos a correr ao lado de nomes como Benoit Cosnefroy e Dorian Godon, encontra-se agora num projeto claramente distinto daquele que saiu do desenvolvimento de Chambéry.
“Faz parte da evolução de uma equipa”, disse. “Cada um segue o seu caminho. Estou muito contente com a direção que a equipa está a tomar, muito feliz por fazer parte do projeto. Há muitas coisas boas a caminho”.
Reconheceu que tornar-se plenamente internacional deixou de ser opcional no ciclismo moderno.
“Somos obrigados a tornar-nos uma equipa internacional, como todas são agora”, afirmou Paret Peintre. “Novos corredores, novas ambições, uma diversificação de perfis”.

Equilíbrio entre objetivos pessoais e tarefas de apoio

Olhando para 2026, Paret Peintre antevê um programa familiar, mas flexível, que poderá equilibrar objetivos próprios com um papel de apoio a Seixas em momentos-chave da época.
“Ainda não sabemos bem”, referiu. “Provavelmente um início de temporada bastante tradicional em França, com um primeiro objetivo provável em torno do Paris-Nice”.
As funções de apoio poderão surgir mais adiante na primavera. “Depois disso, talvez um papel ao lado de Paul Seixas nas Clássicas das Ardenas e na Volta ao País Basco, enquanto colega de equipa”, explicou. “Mas vamos alternar entre um calendário em que tenho objetivos pessoais e outros em que o meu objetivo é apoiar a equipa”.

Uma voz de calma no meio do ruído

Num momento em que o ciclismo francês quer rotular a sua próxima estrela, as palavras de Paret Peintre distinguem-se pela contenção. A mensagem não é de dúvida, mas de equilíbrio. Seixas já mostrou o suficiente para justificar entusiasmo, mas o caminho ainda é longo.
Para já, o conselho dentro da equipa é simples. Deixem o talento respirar, deixem os resultados aparecer e permitam que a carreira se desenrole ao seu ritmo.
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