Peter Sagan apoia Mathieu Van der Poel na candidatura à verde: "Já o fiz 7 vezes, por isso ele pode fazê-lo uma vez"

Peter Sagan, o recordista absoluto de vitórias na classificação por pontos da Volta a França, acredita que Mathieu van der Poel tem tudo para conquistar a camisola verde este ano, caso defina isso como objetivo. O eslovaco, sete vezes vencedor da distinção, partilhou a sua opinião com o WielerFlits, sublinhando que tudo dependerá da motivação e da estratégia da Alpecin-Deceuninck.

"Ele é definitivamente o tipo de ciclista que pode fazê-lo", afirmou Sagan. "Mas depende muito de como ele se sente e qual é o plano da equipa".

Apesar de Van der Poel ainda não ter assumido publicamente o objetivo de lutar pela classificação por pontos, o abandono de Jasper Philipsen e o forte início de prova deixam a porta escancarada. O neerlandês já venceu uma etapa, vestiu a camisola amarela durante vários dias e agora terá de decidir qual será o seu rumo para as próximas duas semanas do Tour.

Sagan, conhecedor profundo das exigências desta luta, destacou que perseguir a camisola verde não é apenas uma questão de potência. "Pode ser muito difícil atacar num dia e dar tudo por pontos, apenas para estar de volta ao sprint no dia seguinte", alertou. "Já o fiz sete vezes, por isso ele pode fazê-lo uma vez".

O eslovaco também abordou o perfil peculiar da edição de 2025, onde há poucos dias de sprint puro e muitas etapas com terreno mais acidentado, o que poderá favorecer ciclistas mais versáteis, como Van der Poel. Neste contexto, a consistência e a leitura tática da corrida tornam-se fundamentais.

"Tal como Van der Poel, costumava ter alguns tipos à minha volta e, com eles, não se corre com força, mas sim com inteligência", explicou Sagan. "Porque não se pode fazer tudo".

No entanto, Sagan não vê Van der Poel como o único candidato. O nome de Jonathan Milan também surge com força. O italiano tem estado em destaque nos dias ao sprint e tem acumulado importantes pontos, o que faz dele um potencial rival até Paris.

"Também vejo Milan como favorito, porque pode marcar muitos pontos nas etapas ao sprint", disse. "Não se sabe se alguém vai crescer no Tour ou se vai piorar. Como é que alguém vai passar as montanhas? Ainda está tudo em aberto".

Apesar do legado que deixou na Volta a França, Sagan não esconde alguma mágoa em relação a uma das suas campanhas. Em 2017, foi desqualificado após uma colisão com Mark Cavendish na quarta etapa, num incidente que continua a ser polémico até hoje. "Até podiam ter sido oito", recordou. "Foi uma piada, certo?"