Pogacar sem papas na língua e ao ataque: "Essas pessoas deviam estar..."

O último grande confronto entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard pela vitória na Volta a França 2025 começa esta quinta-feira, com os Alpes a ditarem o desfecho da classificação geral. A 18.ª etapa promete ser a mais exigente de toda a edição, com três subidas de categoria especial, um final no temido Col de la Loze e mais de 5.500 metros de desnível positivo acumulado. Na liderança da geral, Pogacar parte com 4 minutos e 15 segundos de vantagem, plenamente consciente de que Vingegaard, sem margem para calculismos, será forçado a lançar-se ao ataque.

A camisola amarela parece, para já, firmemente vestida por Pogacar. No entanto, é notório que o rendimento de Vingegaard tem vindo a subir progressivamente. Desde a demonstração no contrarrelógio de Peyragudes, o líder da Team Visma - Lease a Bike tem-se mantido sempre no encalce de Pogacar nas jornadas montanhosas, ainda que sem conseguir recuperar tempo.

A estratégia da UAE Team Emirates - XRG é clara: proteger Pogacar o máximo possível até ao momento inevitável em que Vingegaard ataque. O próprio esloveno reconheceu isso nas suas declarações após a 17.ª etapa:

Pogacar mostra-se preparado para qualquer ofensiva rival.

O Col de la Loze, que regressa ao percurso após ter sido palco da viragem decisiva da Volta a França 2023 em favor de Vingegaard, carrega um simbolismo particular para o campeão mundial. Tadej Pogacar não esconde a vontade de se redimir e transformar esse local em terreno de consagração.

"Estou muito ansioso. É uma etapa fundamental, espero enfrentá-la em boas condições e poder vingar o que aconteceu há dois anos", reforçou o líder da UAE.

Nos últimos dias da Volta a França 2025, têm-se intensificado as críticas dirigidas à UAE Team Emirates - XRG. A formação dos Emirados tem sido acusada de sufocar o espetáculo e de limitar as possibilidades dos fugitivos, ao impor ritmos elevadíssimos desde os quilómetros iniciais de cada etapa. Esta abordagem agressiva tem deixado pouco espaço de manobra para que as fugas vinguem e possam disputar vitórias.

A contestação atingiu o seu ponto mais alto na 16.ª etapa, na mítica ascensão ao Mont Ventoux. Durante essa jornada, uma atitude de Nils Politt, captada pelas câmaras da organização, gerou forte indignação.

O ciclista alemão da UAE foi filmado a repreender Ivan Romeo da Movistar, quando este se preparava para lançar um ataque com vista a integrar a fuga do dia. A cena correu mundo e motivou reacções críticas, especialmente em França.

Um dos que não poupou nas palavras foi Thomas Voeckler. O antigo ciclista que comentava a etapa para a France Télévision, criticou abertamente o comportamento de Politt, considerando-o contrário ao espírito combativo e ofensivo que caracteriza a Grande Boucle.

Tadej Pogacar também comentou as críticas após o final da 17ª etapa: