Portugal no Tour - os 3 JA que fizeram história e o que podemos esperar dos portugueses na Volta a França 2025

Ciclismo
quinta-feira, 26 junho 2025 a 00:00
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Em 111 edições, muitos ciclistas e nações ficaram na história da Volta a França, desde as grandes potências deste desporto como a Bélgica, França, Espanha ou Itália, até as recentes nações dominantes: Grã-Bretanha, Dinamarca e Eslovénia, mas também o pequeno país à beira mar plantado, Portugal.
Em 1956, Alves Barbosa alcançou o primeiro top 10 de um português na maior corrida de ciclismo do mundo, 10º, precisamente, numa altura em que ainda se corria por seleções.
13 anos de espera até Portugal voltar a ver um ciclista entre os 10 melhores do Tour e mal se sabia que, naquele ano de 1969, começaria a era mais dourada do ciclismo nacional, protagonizada por um homem: Joaquim Agostinho. Nessa edição, a 56ª, o ciclista natural da Silveira, Torres Vedras, foi 8º, a 51 minutos do campeão Eddy Mercx, que, coincidência ou não, conquistava na altura o seu primeiro título no Tour.
Seguiram-se mais 7 top 10 de Agostinho, com destaque para dois terceiros lugares, em 1978 e 1979, ambas as edições ganhas por Bernard Hinault. Ao longo destes 11 anos (1969 - 1980), somou 5 vitórias de etapa, das quais destaco a sua última, na 17ª etapa da Volta a França de 1979, em pleno Alpe d'Huez. Poderia ter sido 9 top 10, mas na sua última participação, antes de morrer tragicamente após uma queda na Volta ao Algarve, ficou a escassos 5 segundos do 10º posto, terminando na 11ª posição. Prestações que notabilizaram Agostinho como um dos melhores ciclistas da época e melhor português de sempre.
A seca foi maior até aparecer o próximo ciclista capaz de fechar top 10 na geral - 22 anos, mas pelo meio, os bravos lusitanos ganharam 4 etapas: uma com Paulo Ferreira e 3 com Acácio da Silva, que garantiu também uma camisola amarela por 4 dias. Recentrando a análise na classificação geral, José Azevedo devolveu Portugal aos grandes palcos no Tour, com um 6º lugar em 2002 e um 5º posto em 2004.
Sérgio Paulinho foi o responsável pela 1ª vitória de etapa portuguesa no século XXI, em 2010, num lendário sprint a 2 com Vasil Kiryenka. Rui Costa foi o senhor que se seguiu e entrou pela porta grande, com 3 vitórias acumuladas em 2011 e 2013, uma delas com chegada a Gap, tal como na vitória de Paulinho.
E neste saltitar entre geral e etapas, voltamos às gerais e voltamos ao presente, com João Almeida. Na sua estreia no Tour, o ciclista da UAE Team Emirates - XRG, foi 4º, mesmo trabalhando para Tadej Pogacar. Joaquim Agostinho, José Azevedo e João Almeida, as iniciais JA são comuns a 3 dos 4 portugueses que conseguiram fechar entre os 10 melhores no Tour, mais uma vez, o destino a pregar partidas.
Em termos de participações, Joaquim Agostinho é recordista, com 13, mas pode ser alcançado por Rui Costa, que leva 12 e cuja participação na edição de 2025 ainda se especula. Nelson Oliveira, com 9, completa o pódio dos portugueses com mais participações.
Para já, na Volta a França 2025 estão confirmados 2 portugueses: João Almeida e Nelson Oliveira, havendo ainda a possibilidade desta lista engrossar para 4 nomes, com Rui Costa e Ruben Guerreiro.
Almeida é a grande esperança portuguesa, a realizar a melhor época da carreira, com vitórias nas gerais da Volta ao País Basco, Volta à Romandia e recentemente Volta à Suíça, muitos já o apontam como candidato ao pódio e há sinais que podem dar esperanças nesse sentido - bateu Jonas Vingegaard na Volta ao Algarve e no Paris-Nice (no Algarve ofereceu a vitória ao colega Jan Christen e na corrida francesa venceu a etapa) e bateu Remco Evenepoel na Volta à Romandia, sendo amplamente superior nas montanhas, é certo que falamos de momentos diferentes da época, mas com o vimos de Almeida na Volta à Suíça, em pleno ensaio geral para o Tour, é claramente candidato ao pódio.
Oliveira estará numa posição de apoio a Enric Mas, papel que tem desempenhado com distinção ao longo da sua carreira, para o maiorquino ou para outros líderes. Daqui a uns anos, muitos irão consultar as estatísticas e o Nelson não vai aparecer, mas quem acompanhou a sua carreira, com especial enfoque no Tour, saberá o quanto dignificou o nosso país!
Rui Costa poderá ter uma das últimas oportunidades de brilhar na Volta a França, o ano de 2013 vai longe, mas o poveiro prova que se consegue reinventar ano após ano e a mais recente prova foi a vitória na Volta a Espanha 2023.
Ruben Guerreiro não está a realizar a melhor das temporadas, mas já mostrou que se dá bem no Tour, onde já conseguiu 3 top 10 em etapas, vejamos se merece a confiança da Movistar Team.
António Morgado, Ivo Oliveira, Rui Oliveira e Afonso Eulálio ainda não se estrearam no Tour, mas terão certamente a sua oportunidade.
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