Para Vauquelin, a entrada na
INEOS Grenadiers é mais do que uma mudança de camisola: é uma forma de se testar num ambiente de alto rendimento e de liderança partilhada.
“Assinei com uma equipa de líderes, com ciclistas que podem influenciar as corridas. O verão ajudou bastante nesse sentido. É uma formação que me pode assentar bem, que não tem tido muitos ciclistas com perfis como o meu e que está a recuperar. É uma oportunidade de aproveitar a experiência da INEOS e de a combinar com o lado engenhoso que pude desenvolver na Arkéa, onde me construí como pessoa.”
Embora ainda jovem, o francês mostra uma maturidade impressionante na definição dos seus objetivos. “Ainda estou a descobrir-me, à procura do que é melhor e se adapta para mim. Mas o meu grande objetivo é ganhar uma prova de uma semana. Penso que está a tornar-se cada vez mais possível. Estou a pensar na Paris-Nice, por exemplo. Numa equipa que é forte em contrarrelógio, com Filippo Ganna, Thymen Arensman, Magnus Sheffield e toda essa experiência é uma vantagem… mesmo que me doa as pernas”, brincou.
O Tour que mudou a sua mentalidade
A
Volta a França 2025 foi o ponto de viragem na mentalidade competitiva de
Kevin Vauquelin. O francês revelou que chegou à corrida com expectativas modestas, mas saiu dela com uma nova ambição.
“Cheguei à Volta pensando que ia tentar ganhar uma etapa e estar o melhor possível na Normandia. Impulsionado pelo meu desempenho na Volta à Suíça, queria estar na frente, bem colocado e ter impacto na corrida. Gostei disso, o que me levou a querer lutar pela classificação geral, tratando cada etapa como uma corrida de um dia. Disse várias vezes que nunca iria correr apenas para fazer uma geral. Mas acabei por descobrir uma nova faceta minha, sobretudo a nível mental. Foi mais do que benéfico.”
O estilo de corrida de Vauquelin promete trazer energia e imprevisibilidade à formação britânica.
“Sou um ciclista ofensivo. Prefiro cruzar a linha de meta completamente vazio depois de tentar, do que cruzá-la apenas por seguir nas rodas. Sinto isso instintivamente. Se perceber que não é o meu dia, não forço. Não procuro agradar à multidão, mas sim mostrar o meu carácter. Se me destacar em corridas de um dia ou de uma semana, talvez seja essa a direção que vou seguir, ao estilo do Julian Alaphilippe. Ele fez uma grande Volta a França, mas depois percebeu que a sua natureza era a de um ciclista ofensivo.”
O futuro passa por julho
Apesar da mudança de equipa e do foco em provas por etapas, Vauquelin não esconde o sonho de brilhar na Volta a França. “Estou a construir uma relação de amor com a Volta a França. É a corrida mais famosa, a mais importante. Então, porque não tentar lutar por ela em julho?”