“Quero descansar de França durante alguns anos”: As razões por detrás da mudança de planos de Movistar Team e Enric Mas para 2026

A Movistar Team apresentou ontem o seu projeto para a nova temporada, com várias novidades de peso. A equipa confirmou que a nova contratação Cian Uijtdebroeks, vindo da Visma, assumirá o principal papel de liderança nas Grandes Voltas, enquanto Enric Mas vai, pela primeira vez em anos, alterar o seu calendário para focar a Volta a Itália e a Volta a Espanha, deixando a Volta a França de lado.

Tanto o diretor-geral Eusebio Unzué como o próprio Mas falaram ao Marca sobre a nova abordagem da equipa e as razões por trás destas mudanças.

Unzué mostrou-se particularmente entusiasmado com a chegada de Uijtdebroeks: “Há muita expectativa. O seu palmarés permite otimismo. É um corredor de Grandes Voltas, já com uma experiência significativa apesar da juventude. Acreditamos que aqui podemos aportar a nossa experiência nessa área e ajudá-lo a liderar a equipa, a dar esse passo que talvez nas equipas anteriores, pela idade ou por partilhar liderança com corredores de nível extremamente alto, não tenha conseguido dar.”

Analisou também como o jovem talento belga se encaixa numa estrutura de responsabilidades partilhadas ao lado de Mas: “Essa é a ideia. Temos esperança de que se afirme e possa partilhar liderança e responsabilidade com o Enric. Com o Enric, confiamos também num certo reset, que a sua recuperação marque um novo começo. Com pequenas alterações no calendário, esperamos vê-lo muito motivado à entrada da época.”

Sobre o novo programa de Mas, Unzué explicou os motivos da mudança para o Giro e a Vuelta: “Primeiro, pelo apelo que tem para qualquer corredor descobrir o Giro, mas sobretudo por razões mentais. Colocar alguma distância em relação ao Tour, com a responsabilidade que assumiu nos últimos anos, pode ser muito benéfico. Trabalhou muito para brilhar ali e, infelizmente, a corrida nem sempre lhe deu o que merecia.”

O Tour cobrou um preço a Enric? “Não iria tão longe, mas acreditamos que é interessante tomar alguma distância. Confirmaremos no novo estágio, mas a ideia inicial é Giro e Vuelta.”

O mallorquino deu depois a sua própria perspetiva sobre a decisão de não fazer o Tour e sobre a nova fase da equipa: “É porque quero descansar de França durante uns anos, ou uns meses, digamos assim, e depois decidiremos. Acho que vejo como uma obrigação experimentar coisas novas, coisas que quis fazer durante muitos anos mas que não tinha tentado.”

Quanto à chegada de Uijtdebroeks e aos reforços, Mas avaliou o ambiente criado: “Não há pressão. O que é verdade é que a equipa se reforçou bem. Para além do Cian, entraram vários corredores muito bons, assim como corredores da casa, espanhóis, por isso nesse sentido está muito bem.”

Em suma, há mudança de planos na Movistar Team. A expectativa é que Enric Mas continue a recuperação e a preparação após superar a lesão, com o objetivo de chegar ao Giro sem pressão para a geral (que terá na Vuelta) e de procurar uma etapa.