Remco Evenepoel guarda boas memórias de Montmartre, a icónica subida parisiense onde conquistou dois títulos olímpicos em 2024. Agora, a ASO - organizadora da
Volta a França - estuda a possibilidade de integrar Montmartre na etapa final da prova, alterando o tradicional desfecho nos Campos Elísios. Uma ideia que agrada a muitos adeptos, mas que levanta preocupações entre os sprinters... e também a Evenepoel.
Em declarações ao Sporza, o belga reconheceu as intenções da proposta, mas deixou um aviso:
“Todos os anos, os sprinters têm uma grande oportunidade de disputar ao sprint a vitória na etapa dos Campos Elísios. Se lhes retirarem isso, obrigando-os a fazer três passagens numa subida de três minutos, perde-se algo especial.”
Para Evenepoel, o último dia do Tour deve preservar o espírito de celebração, sem acrescentar complexidade desnecessária a uma corrida que já é extremamente exigente:
“Não compliquem demasiado as coisas, nem as tornem demasiado complexas e limitem-se à volta habitual. Na primeira semana da Volta já haverá muita luta pelo posicionamento. Com o Montmartre no último dia, seria o mesmo e nessa altura já estaremos suficientemente cansados.”
O futuro da proposta está ainda longe de ser garantido. Laurent Nunez, chefe da polícia de Paris, explicou ao L'Équipe que o dossiê ainda está em análise:
“Estamos a estudar questões logísticas como a necessidade de termos barreiras suficientes e a diferença entre fazer passar um pelotão de 80 corredores, como na corrida de estrada dos Jogos Olímpicos, ou um de 170, como no Tour. A organização quer que a etapa seja totalmente competitiva, mas estamos a trabalhar nisso com muita atenção.”