"Remco sente que está de volta ao bom caminho" - Evenepoel quer ser bem sucedido no Campeonato do Mundo depois da Volta à Grã-Bretanha

O regresso de Remco Evenepoel à competição, na Volta à Grã-Bretanha 2025, trouxe sinais encorajadores. O belga, bicampeão olímpico, voltou a erguer os braços numa etapa e terminou em 2º lugar na geral, mostrando que a forma está a subir no momento certo, a poucas semanas dos Campeonatos do Mundo no Ruanda.

A temporada de Evenepoel começou mal: uma lesão na época baixa comprometeu a preparação e atrasou o arranque competitivo para abril. Apesar de ter brilhado na Volta a França com uma vitória de etapa e a Camisola Branca, não resistiu ao desgaste dos Pirinéus e abandonou precocemente.

Comparado com o extraordinário 2024, pódio no Tour e duas medalhas de ouro olímpicas, o ano de 2025 ficou aquém das expectativas. Mas a Grã-Bretanha marcou um ponto de viragem, como confirmou o treinador Koen Pelgrim ao Het Laatste Nieuws: “Em Livigno já tinha boas sensações, completamente diferente da preparação antes do Tour. Recuperou bem dos esforços e terminou a Volta à Grã-Bretanha fresco. Remco sente que está de novo no bom caminho.”

Evenepoel destacou-se no The Tumble, onde bateu adversários diretos como Romain Grégoire e Julian Alaphilippe. No balanço feito ao CiclismoAtual, mostrou-se satisfeito: “Penso que consegui o máximo (possível), exceto na etapa 4. Foi uma boa vitória, boas sensações geral. Os números foram altos durante toda a semana. Agora vou insistir nos treinos de alta intensidade, porque nos Mundiais os últimos quilómetros vão ser muito explosivos.”

O belga apontou também o benefício mental da recente confirmação da sua transferência para a Red Bull - BORA - hansgrohe em 2026: “É lógico que o facto de a situação da transferência estar resolvida retire peso dos ombros. Esse tipo de distração consome energia que já não se coloca no treino ou na recuperação.”

O Ruanda será palco de mais um teste à dimensão global de Evenepoel. Desde 2021 que o belga não termina uma época sem conquistar pelo menos uma Camisola Arco-Íris: campeão do mundo de estrada em 2022 e campeão do mundo de contrarrelógio em 2023 e 2024.

Pelgrim acredita numa versão mais fresca do que a vista no Tour: “No ano passado os preparativos foram uma luta, tinha sido uma longa época. Agora ele parece fresco e motivado. Só podemos esperar que cumpra o calendário e que o pico de forma seja mais alto do que em julho.”

Mesmo depois de um 2025 atribulado, a estrada para Kigali abre-se como oportunidade de redenção. Para Evenepoel, a Volta à Grã-Bretanha foi apenas o início: os próximos quilómetros podem valer não só a salvação da época, mas também a continuidade de uma relação íntima com a camisola mais prestigiada do ciclismo.