O veterano
Rigoberto Urán falou sobre o facto de os ciclistas de hoje, como
Tadej Pogacar ou
Remco Evenepoel, serem muito diferentes dos que conheceu no passado. Urán acredita que a mudança no treino, com ênfase a a importância dos watts, mudou tudo.
"As pessoas já só olham para os watts e ninguém fala com um colega de grupo. Agora todos se esforçam desde o primeiro quilómetro. Ninguém fala, há muito stress. Tudo evoluiu e as médias são cada vez mais altas. Não se pode ficar assim durante muitos anos. Haverá casos, mas passar 32 anos como ciclista profissional vai ser muito difícil", afirmou o ciclista da
EF Education-EasyPost em declarações à Antena 2 (emissora Colombiana).
Também fala sobre o comportamento dos líderes do pelotão atualmente, em comparação com a época em que começou a correr: "Outro aspeto que mudou muito é que, antes, quando se tinha 20 anos, se nos aproximássemos demasiado de Cipollini ou de outra estrela numa corrida, mandavam-nos para o inferno. Agora, um miúdo de 20 anos vai para o Tour com a ambição de o ganhar. Já vi uma lenda como Chris Froome e um jovem de uma equipa pequena que o ia apanhar com o cotovelo. Quando comecei, se fizéssemos isso, sabíamos onde íamos parar".
"O respeito perdeu-se também porque os líderes também têm 20 anos e a hierarquia já mudou. Não há um líder global, a cada dois anos há um que se destaca. São corredores com grandes estruturas por trás que investem muito tempo e dinheiro para os proteger", concluiu Urán.
Artigo escrito por Juan Larra.