Rui Costa recorda o seu sonho de fazer Top 10 na Volta a França: " Não foi um erro querer fazer algo no Tour. Mas bater Fromme e Wiggins era impossivel."

Ciclismo
sábado, 06 janeiro 2024 a 00:46
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Rui Costa recua no tempo, quando vestia as cores da Lampre- Merida, que depois daria lugar à UAE- Team Emirates, para falar dos seus sonhos e ambições nas palavras dadas ao desportivo O Jogo.
Depois de ser campeão mundial e ganhar na Volta à Suíça, chegou a acreditar que poderia lutar por algo na Volta a França: “Não diria que foi um erro ir à Volta a França. Quando vês que tens capacidades nas provas de um dia e nas de uma semana, pensas nas três semanas. E o Tour inspira-me. Em 2014, mudámos a planificação, deixámos de fazer trabalhos explosivos e foquei-me na montanha, em ritmos regulares e mais resistência. O trabalho foi bem feito. Queria fazer um top-10, mas a saúde não o permitiu. Abandonei por broncopneumonia e deixei de acreditar que podia ser possível um pódio no Tour. Quis voltar às origens, tinha mais a ver comigo lutar por provas de um dia. Pensar em bater Wiggins e Froome era impossível. E gosto de dedicar-me a coisas em que sinto que posso ganhar”.
Fez a Volta à Flandres em 2009 e 2010. Regressa 14 anos depois e explica o que o motiva "A Flandres foi sempre a corrida que nunca me disse nada. Tenho visto na televisão e algo me diz que a devia fazer. Tal como Sanremo. Queria as duas, mas o plano não dava para as duas. Vai ser uma aventura. O Powless [colega na EF] fez quinto na primeira vez que lá foi. Vou arriscar, não tenho nada a perder. Quero fazer a prova anterior, no paralelo, para ter o feeling do pavé, o controlo na bicicleta. A pressão nos pneus é diferente. O importante é estar num dia bom. Assim podia fazer um bom resultado."

Rui Costa tem 32 vitórias e não perdeu ponta de ambição

“Sempre tive a virtude de querer e de conseguir ganhar. Nunca senti pressão, soube sempre correr com a ideia de lutar para ganhar”, destaca. Não tem medo de ficar sem equipa, apesar de assinar contratos por um ano apenas: “Não tenho receio. Dedico-me a 100%. Não vai ser por não ter equipa. Tem havido sempre equipas interessadas, felizmente. A minha ideia é anual. Acredito que possa fazer mais este ano [2024] e no próximo [2025]. Somos atletas solitários, mas sinto motivação em treino. Há um detalhe que me faz continuar: pensar em ganhar. Enquanto tiver essa sensação, vou estar.”
Relativamente ao seu calendário na Ef Education- EasyPost, ele desvenda "começo em Maiorca, faço Algarve, Figueira, Gran Camiño, Strade Bianche e Catalunha. Depois preparo a Flandres. Já a tinha feito há muitos anos. Antes era para ciclistas possantes, mas tenho visto que há lá corredores de média montanha" conclui.
Rui Costa (@ruicostacyclist) • fotos e vídeos do Instagram

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