Saiba quem são os 28 (+1) ciclistas que compõem o plantel da Team Visma | Lease a Bike para 2026

O planeamento da Team Visma | Lease a Bike para 2026 desenha um cenário de transição controlada: o bloco foi significativamente renovado, mas sem renunciar aos seus dois grandes porta-estandartes, Jonas Vingegaard e Wout van Aert.

As novas entradas e saídas no mercado do ciclismo deixam clara a mensagem desportiva: a equipa aceita a perda de figuras importantes, mas reforça a estrutura coletiva para continuar a aspirar a tudo nas grandes voltas e nas clássicas de um dia. O desafio será integrar os recém-chegados sem perder a identidade vencedora que definiu o projeto nos últimos anos.

Em termos de adições, o perfil médio do mercado Visma para 2026 fala mais de profundidade e versatilidade do que de grandes nomes mediáticos. A chegada de Bruno Armirail é um reforço de luxo para todos os terrenos e, sobretudo, para o trabalho de longa distância em grandes voltas, um ciclista capaz de marcar o ritmo durante quilómetros em qualquer terreno - plano, média montanha, alta montanha - e de assumir a responsabilidade na perseguição quando a corrida se interrompe.

Davide Piganzoli enquadra-se na mesma lógica de aposta nos trepadores do futuro, um ciclista que pode crescer na sombra de Vingegaard e, ao mesmo tempo, oferecer soluções em corridas de uma semana. À sua volta, há peças muito úteis: Owain Doull e Filippo Fiorelli trazem experiência e solidez em terrenos de dificuldade média e em clássicas, enquanto Timo Kielich oferece velocidade e velocidade de ponta em finais seletivos.

Os jovens promovidos da equipa de desenvolvimento, como Pietro Mattio e Tim Rex, bem como um projeto interessante como Anton Schiffer, completam o plantel. Todos eles reforçam a base da equipa e garantem reservas de qualidade para um calendário cada vez mais saturado.

Isto perfaz um total de 28 ciclistas, o que ainda abre espaço para mais dois reforços e um deles já é certo, faltando apenas a oficialização, trata-se de Louis Barré, o jovem revelação da Intermarché-Wanty em 2025, já está em Espanha a estagiar com a equipa neerlandesa e a confirmação da transferência deverá estar para breve.

As saídas, no entanto, não são menores e explicam porque é que a história de 2026 não se pode limitar a uma simples "continuidade". A saída de Olav Kooij priva a equipa de um dos mais promissores sprinters do pelotão, enquanto as saídas de Tiesj Benoot e Dylan van Baarle reduzem o peso específico das abelhas nas clássicas, tanto em termos de experiência como de capacidade tática. Obviamente que, no que respeita ao primeiro aspeto, a confiança em Matthew Brennan é total, depois do seu 2025 espetacular.

A saída de Cian Uijtdebroeks para a Movistar Team, por sua vez, significa renunciar a um projeto de líder de etapa a médio prazo no qual obviamente não acreditavam (disseram-lhe que não o levariam a nenhuma grande volta em 2026 e foi por isso que decidiu forçar a sua saída), algo que a equipa tentará compensar com a progressão do talento interno e com a consolidação de Piganzoli.

Neste contexto, os objetivos da equipa para 2026 são muito claros. Nas grandes voltas, as atenções continuarão centradas em Jonas Vingegaard, que continuará a ser a espinha dorsal do projeto na Volta a França e tudo indica que, este ano, tentará vencer a Volta a Itália, o que já conseguiram na época passada com Simon Yates.

A construção da equipa à sua volta visa assegurar-lhe um sólido comboio de montanha, com corredores todo-o-terreno capazes de endurecer a corrida à distância e controlar os ataques rivais. Kuss, Armirail, Piganzoli e outros trepadores do pelotão terão como primeira missão protegê-lo e posicioná-lo nos momentos-chave. O objetivo não será apenas lutar pela geral, mas também recuperar o domínio coletivo nas altas montanhas que tornou a Visma tão reconhecida nos anos anteriores. Obviamente, tanto Yates como Matteo Jorgenson poderão ter opções em grandes voltas e corridas de uma semana sem o dinamarquês.

Paralelamente, Wout van Aert continuará a ser a referência inequívoca no bloco das clássicas. Sem Benoot e van Baarle, o belga terá um peso desportivo e tático ainda maior: a equipa terá de construir à sua volta uma guarda pretoriana capaz de o acompanhar na Flandres, Roubaix e outros monumentos e, ao mesmo tempo, abrir um leque de opções para não ser previsível. Ciclistas como Laporte, Kielich, Doull ou Fiorelli serão essenciais para oferecer variantes: ataques de longo alcance, presença em fugas, apoio nas secções de pavé ou em finais exigentes.

O objetivo da equipa será duplo: aspirar a ganhar pelo menos um dos grandes monumentos da primavera e manter uma presença constante no pódio ou no top 5 das grandes provas.

Em suma, 2026 apresenta-se como uma época em que a Visma tentará mostrar que, apesar das importantes saídas, o projeto continua a girar fortemente em torno de dois nomes próprios - Vingegaard e Van Aert - e de uma estrutura coletiva suficientemente profunda para continuar a lutar por tudo. Vêm de uma campanha em que ganharam duas grandes voltas, graças a Vingo e Yates, e em que também alcançaram o segundo lugar no Tour com o dinamarquês. Não vai ser fácil igualar isso. Imaginamos que o que eles querem melhorar é nos monumentos, onde veremos se desta vez Van Aert consegue arranhar alguma coisa contra Pogacar e Van der Poel, algo que não tem conseguido fazer nos últimos anos.