A Podium Events revelou esta quarta-feira, 10 de dezembro, que avançou com uma providência cautelar em resposta à decisão da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC)
de pôr termo ao contrato de concessão da Volta a Portugal.
Num comunicado extenso, enviado também às redações, a empresa que largos anos organizou a Grandíssima sublinha que "continuará a defender a legalidade, a transparência e o património desportivo nacional, que tanto ajudou a construir, ao longo de 25 anos de trabalho dedicado", explicando que, mesmo "ainda que a contragosto", se viu obrigada a recorrer aos meios judiciais.
Entre os passos já dados, destaca-se a "interposição de providência cautelar, destinada a suspender quaisquer atos ilícitos e assegurar a continuidade do contrato". Este acordo, válido até 2026, foi denunciado unilateralmente pela FPC, que justificou a decisão com alegados incumprimentos da Podium Events.
A empresa, responsável também pela organização da Volta ao Alentejo e da
Volta a Portugal do Futuro, afirma igualmente que existem montantes por liquidar referentes a 2020 e 2021, anos condicionados pela pandemia de covid-19, e recorda que, "apesar das solicitações formais apresentadas pela Podium, desde 2020, em reunião e por escrito, o acerto de contas, até hoje, nunca foi realizado".
Face a esta situação, a Podium adiantou ainda ter intentado uma "ação judicial, visando o cumprimento integral do contrato e a cobrança das verbas devidas, relativas aos exercícios de 2020 e 2021".
A edição de 2020 da Volta a Portugal foi encurtada devido à pandemia do covid-19
No mesmo comunicado, a empresa manifesta expectativa de voltar a assumir a organização da Volta a Portugal no futuro: "A Podium mantém a esperança de que será possível organizar a Volta em 2026 e, espera-se por muitas mais edições, ao abrigo de um contrato de exploração justo e equilibrado, que alinhe os interesses do ciclismo, da Federação e da Podium, conforme o modelo apresentado, em diversas ocasiões".
Recorde-se que a 10 de novembro a FPC anunciou a cessação antecipada da concessão, alegando “incumprimento reiterado das obrigações contratuais e de pagamento por parte da Podium Events” e explicando que a situação se agravou no último ano, mesmo após várias tentativas de resolução amigável.
No dia seguinte, a Podium Events reagiu acusando a federação de "falta de decoro e lealdade", afirmando ter sido informada do fim do contrato não pela FPC, mas por patrocinadores.
A réplica da Federação Portuguesa de Ciclismo não se fez esperar,
confirmando uma nova parceria estratégica com a empresa internacional Emesports, liderada por Ezequiel Mosquera, que irá assumir a organização da 52ª
Volta ao Algarve, da 87ª Volta a Portugal e da 43ª Volta ao Alentejo.
A guerra de palavras passou para os tribunais, resta saber de que forma todo este imbróglio irá afetar o normal decorrer da temporada velocipédica de 2026 em Portugal.