Alberto Contador está convencido de que a
Volta a França de 2026 está longe de estar decidida, e acredita que só um ciclista tem capacidade para realmente incomodar
Tadej Pogacar no seu pico de forma.
Em declarações à Marca, em Tenerife, durante o lançamento da sua nova Aurum Magma, a lenda espanhola foi clara: se houver um cenário em que Pogacar não domina o Tour, será porque
Jonas Vingegaard encontra forma de regressar ao seu melhor.
“É difícil, mas há o Vingegaard. Sabe o que é vencer duas vezes, é meticuloso, frio, absolutamente profissional. Se alguém pode causar problemas ao Tadej, é ele”, afirmou Contador, recusando a ideia de que a supremacia do esloveno é totalmente inabalável.
Contador sobre Pogacar: “Está a redefinir a modalidade”
A admiração de Contador por Pogacar mantém-se sem filtros, mas não é cega. Ao rever a época de 2025, o heptacampeão de Grandes Voltas sublinhou quão extraordinário foi o nível do vencedor do Tour. “No Tour foi claramente superior. É um atleta que está a redefinir a modalidade”, disse Contador à Marca, ainda surpreendido por algumas das manobras decisivas do esloveno.
Ainda assim, mesmo um Pogacar imparável não torna as corridas previsíveis aos olhos de Contador. O espetáculo bruto da época, das Clássicas ao Campeonato do Mundo, convenceu-o de que o ciclismo vive uma das suas fases mais empolgantes.
“Foi um ano maravilhoso. Todas as Clássicas foram disputadas até ao limite… esses duelos são para emoldurar”, referiu,
recordando o pó de Roubaix e o duelo entre
Mathieu van der Poel e Pogacar.
E sobre o ataque de
Remco Evenepoel no Campeonato do Mundo, não poupou palavras: “O que ele fez no Mundial foi uma loucura. É assim que se corre quando não se tem medo de perder.”
Para Contador, o ciclismo está mais vivo do que nunca, porque os melhores correm com ambição desmedida.
2026: “Só falta atacarem desde a zona neutralizada”
Questionado se 2026 pode igualar o fogo-de-artifício de 2025, Contador sorriu, mas não descartou. “Pedir que repitam isso é quase demais. Está cada vez mais difícil surpreender-nos… só falta atacarem desde a zona neutralizada.”
Quanto ao debate que voltou à tona, Tadej Pogacar vs
Eddy Merckx, Contador desarmou-o de imediato. “É errado abordá-lo assim. São épocas diferentes… hoje corre-se metade. Não podemos comparar números. Vamos desfrutar do Pogacar. Cada corrida com ele é um brinde.”
Para ele, a modalidade não precisa de um novo Eddy Merckx, já tem Pogacar a reescrever a história ao seu estilo.