"Sem o Remco, voltaremos às nossas raízes..." A saída de Evenepoel poderá ser muito positiva para a Quick-Step, segundo Ilan van Wilder

Ciclismo
terça-feira, 19 agosto 2025 a 18:00
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À medida que Remco Evenepoel se prepara para trocar a Soudal–Quick-Step pela Red Bull–BORA–hansgrohe no final da época de 2025, muitos questionam o futuro da estrutura belga sem a sua grande referência para as classificações gerais. Mas Ilan Van Wilder, um dos tenentes mais fiéis do campeão mundial de contrarrelógio, acredita que esta mudança pode ser um catalisador positivo.
“Alguns ciclistas vão florescer. Espero que eu seja um deles”, afirmou Van Wilder ao HLN, antes do regresso à competição na Volta à Alemanha.

De regresso ao espírito Wolfpack

Segundo o belga de 25 anos, os últimos anos centrados em Evenepoel diluíram parte da flexibilidade tática que outrora definia o ADN da Quick-Step. “Não é que tenhamos perdido completamente esse espírito, mas desvaneceu-se um pouco. Isso é normal quando se constrói uma equipa em torno de um líder específico. Agora, as coisas vão ser mais abertas. Algumas pessoas vão crescer. Eles vão destacar-se. Espero ser um deles.”
Van Wilder acredita que o coletivo pode voltar a ser a força da equipa: mais agressiva, mais imprevisível e menos dependente de um único homem.

O tenente que já provou liderança

Apesar de ter vivido na sombra de Evenepoel, Van Wilder já demonstrou valor próprio. Foi peça-chave na conquista da Volta a Espanha 2022, que Evenepoel venceu, mas a sua verdadeira revelação surgiu em 2023: triunfou na classificação geral na Volta a Alemanha e acrescentou o Tre Valli Varesine semanas depois.
Desde então, tem somado presenças regulares no top-10 em corridas WorldTour. Durante a Volta a França 2025, terminou em 4.º no Mont Ventoux, depois de trabalhar para a vitória de etapa de Valentin Paret-Peintre. “Não foi exatamente um impulso, foi mais uma confirmação da forte época que tenho estado a ter”, resumiu.
Van Wilder impressionou na Volta à França de 2025
Van Wilder impressionou na Volta à França de 2025

Renovação com confiança e ambição

Apesar de rumores que o ligavam a outras equipas, Van Wilder optou por prolongar contrato com a Quick-Step por mais três anos. “Não teria assinado de novo se não tivesse a certeza. Sinto-me feliz aqui. Posso continuar a evoluir sem stress contratual. Agora que Remco está de saída, esse processo pode até acelerar. Talvez seja exatamente isso que eu preciso – sair da minha zona de conforto.”
O belga espera assumir mais liberdade a partir de 2026, com a ambição de disputar objetivos próprios. “Até agora, combinei o apoio a Remco com oportunidades ocasionais para mim. Muitas vezes consegui estar no top-5 ou top-10, mas abaixo do nível dos ‘Três Grandes’. A partir do próximo ano, vai ser diferente. Quero crescer e, quem sabe, um dia lutar por um Grand Tour só meu.”

Quick-Step à procura de nova identidade

Sem Evenepoel, e sem substituto imediato à altura, a equipa deverá regressar a um estilo mais coletivo e agressivo, inspirado no famoso espírito Wolfpack. Para Van Wilder, isso significa voltar às raízes que fizeram da Quick-Step uma das formações mais respeitadas do pelotão: “Vai ser diferente, sim, mas no bom sentido. Acho que estamos a voltar ao que nos tornou fortes em primeiro lugar.”
Mesmo com a saída do maior talento belga da atualidade, Van Wilder vê antes um recomeço do que um fim de ciclo. “Estou apenas a fazer o meu trabalho. E acho que agora, mais do que nunca, é altura de ver o que posso realmente fazer.”
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