Stuyven recorda o dia em que Pogacar brilhou nos paralelos pela primeira vez na carreira!

Ciclismo
quinta-feira, 10 abril 2025 a 15:30
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A etapa 5 da Volta a França de 2022 continua bem viva na memória dos adeptos de ciclismo. Um dia caótico sobre paralelos, marcado pelo infortúnio de Primoz Roglic, que embateu num fardo de feno e viu as suas ambições ao geral irem por terra, e por uma troca de bicicleta surreal de Jonas Vingegaard que, mesmo assim, salvou o dia com a preciosa ajuda de Wout van Aert.
Mas há outro detalhe que muitos esquecem: nesse mesmo dia, Tadej Pogacar — estreante nesse tipo de terreno — voou sobre os paralelos, pedalando lado a lado com Jasper Stuyven, ambos ganhando tempo à concorrência. Uma exibição que deixou claro, logo aí, que o esloveno sabia mover-se na dureza do Norte.
“Não fiquei muito surpreendido por o ver comigo naquele dia”, confessou Stuyven numa entrevista divulgada pelos organizadores da Paris-Roubaix. “A verdade é que ele pode fazer tudo. É, sem dúvida, um dos principais candidatos este domingo.”
Três anos depois, a história poderá repetir-se — mas agora no cenário mais brutal do calendário. O belga da Lidl-Trek, quinto na recente Volta à Flandres, apresenta-se em grande forma, pronto para enfrentar os monstros do pavé. “Tenho de dizer que Roubaix é uma das poucas corridas que posso fazer de olhos fechados. Conheço cada buraco.”
A preparação de Stuyven não se resume às pernas: o material é outra obsessão. “Por vezes mudamos de pneus, rodas, até configurações de transmissão. Este ano, vou usar transmissão de prato único, porque aqui não há subidas e é tudo sobre fiabilidade. É a minha escolha — e acredito que resulta melhor em Roubaix do que na Flandres, para o tipo de ciclista que sou.”
A Paris-Roubaix é uma corrida para especialistas — mas também para homens duros, mentalmente resilientes. E Stuyven sabe disso melhor que ninguém: foi quarto em 2017, tem três Top 10 na clássica e venceu a Milan-Sanremo e outros duelos táticos de grande exigência. Agora, ao lado de Mads Pedersen, quer voltar ao pódio — e, quem sabe, vencer.
“O segredo é não perder o ritmo. Quanto melhores forem as pernas, mais fácil é ultrapassar. Tento antecipar os paralelos que sobressaem, os buracos que se formam. Se perdes o embalo, estás tramado.”
Para o belga, tudo se resume à preparação física e mental: “Todas as clássicas são uma batalha psicológica, mas Roubaix exige concentração do quilómetro zero até ao velódromo. Tento estar no topo da forma, porque é neste período que temos de brilhar. E isso aumenta as hipóteses de ter um dia perfeito.”
No próximo domingo, Jasper Stuyven estará novamente entre os protagonistas do Inferno do Norte — e poucos conhecem tão bem as regras do jogo como ele.
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