Em nove dias de
Volta a França,
Mathieu van der Poel esteve sempre na frente ou muito perto dela. A 9ª etapa poderia ser um dia para rodar mais tranquilo, mas o neerlandês voltou a destacar-se, desta vez numa fuga prolongada com o colega de equipa
Jonas Rickaert, que esteve perto de valer à
Alpecin-Deceuninck uma vitória marcante. Apesar de o plano não ter tido sucesso total, os dois ciclistas foram amplamente elogiados pelo arrojo e entrega.
A iniciativa foi delineada na véspera, com Rickaert a revelar o desejo de subir ao pódio do Tour como o mais combativo do dia. Com esse objetivo, partiu logo de início com Van der Poel, confiando num cenário que tem sido frequente na primeira semana: ninguém mais com vontade de atacar nos dias planos. A previsão confirmou-se e os dois conseguiram isolar-se, mas a forte resistência do vento dificultou a perseguição do pelotão, que só conseguiu anulá-los graças ao esforço das equipas de sprinters menos cotadas, empenhadas em forçar uma chegada ao sprint, apesar de não terem tentado integrar uma fuga que, paradoxalmente, lhes poderia ter dado melhores hipóteses.
Van der Poel acabou por ser alcançado no quilómetro final da meta e espera agora por um dia o mais tranquilo possível esta segunda-feira, para recuperar do desgaste. "Ele vai pensar: 'Vou ter de recuperar muito bem e reabastecer-me para sobreviver a isto'. Haverá um dia de descanso depois, mas para ele, espero que se forme uma fuga muito em breve, para que possa pedalar em condições de abrigo. Mas foi impressionante",
analisou Sven Nys ao Sporza.
O ciclista da Alpecin-Deceuninck já venceu uma etapa, envergou a camisola amarela em dois momentos distintos e, pelo meio, assumiu várias vezes a dianteira em relação a Jasper Philipsen e Kaden Groves. No domingo, aventurou-se novamente numa ação individual que quase teve final feliz. "Ele não se preocupa com nada, apenas faz o que lhe apetece. Se isso lhe custou muita ou pouca energia, veremos amanhã".
Além de tudo, Van der Poel ajudou a tornar a etapa 9 na segunda mais rápida da história do Tour, deixando mais um momento para a memória da corrida. "Este é um momento em que ele não quis ficar preso na barriga do pelotão até ser tarde demais, pensando que esta seria uma etapa para sprinters em que teria de correr riscos no lançamento, e mesmo que falhe, há um enorme respeito pela forma como ele tornou a corrida bonita".